Tese
Existir e resistir: as geografias das comunidades quilombolas no município de Corumbá-MS
Exist and resist: the geographies of quilombola communities in the municipality of Corumbá-MS;
Existir y resistir: las geografías de las comunidades quilombolas en el municipio de Corumbá-MS
Registro en:
SOUZA, João Batista Alves de. Existir e resistir: as geografias das comunidades quilombolas no município de Corumbá-MS. 2021. 387 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2021.
Autor
Souza, João Batista Alves de
Institución
Resumen
This thesis has as main objective to analyze the existence, trajectories, and resistances of the Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Ozório (AQUIRRIO), Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Campos Correia (AQF2C), and Comunidade Quilombola Maria Theodora (ACTHEO) in Corumbá-MS. In this study, we seek to elucidate the signs of resistance, based on the production of a territorial multipolarity as a way for these communities to survive in the face of the lack of public actions and the State's inertia regarding the right to land focused on quilombola demands. Furthermore, our purpose is to understand the political, economic, social, religious, and cultural meanings of the resistance of quilombola communities, characterizing the production of a territorial multipolarity as an alternative to the model imposed by hegemonic capital. In terms of methodological procedures, the qualitative approach is used in order to understand the reality experienced by the quilombola communities of Corumbá. Based on these methods, we verified the production of multi-territorialities and territorial multipolarities in the quilombola communities Família Ozório, Campos Correia, and Maria Theodora. For this purpose, we took into consideration the set of places produced in the daily life of the quilombola family nucleus and the usual mobility between the neighborhoods of the city of Corumbá and the offices of these communities. We also consider the displacements and flows resulting from the Paraguay River flood cycle and the flooding of traditionally occupied territory, the displacements between the Tents and the Orixás Valley, and the mobilities in the access to equipment public services that do not exist in quilombola communities. In this context, we may attribute to the quilombola multipolarity a process of survival and resistance of the communities under study. We concluded that territorial multipolarity had created new quilombola trajectories, and this process is based on articulation among the communities, which produces greater solidarity among the quilombola groups, strengthening their struggles for land rights and emphasizing the non-existence of public policies. Esta tese tem como objetivo central analisar a existência, as trajetórias e as resistências da Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Ozório (AQUIRRIO), da Comunidade Quilombola Ribeirinha Família Campos Correia (AQF2C) e da Comunidade Quilombola Maria Theodora (ACTHEO) no município de Corumbá-MS. Neste trabalho, buscamos elucidar os sinais de resistência, a partir da produção de uma multipolaridade territorial como forma de sobrevivência dessas comunidades frente à carência de ações públicas e a inércia do Estado em relação ao direito à terra voltadas às demandas quilombolas. Além disso, temos como propósito compreender os significados políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais da resistência das comunidades quilombolas, caracterizando a produção de uma multipolaridade territorial como uma alternativa ao modelo imposto pelo capital hegemônico. Em relação aos procedimentos metodológicos, utiliza-se a abordagem qualitativa, no intuito de apreender a realidade vivenciada pelas comunidades quilombolas corumbaenses. Com base nesses métodos, constatamos a produção de multerritorialidades e multipolaridades territoriais nas comunidades quilombolas Família Ozório, Campos Correia e Maria Theodora. Para isso, levamos em consideração o conjunto de lugares produzidos no cotidiano dos núcleos familiares quilombolas e as mobilidades habituais entre os bairros da cidade de Corumbá e as sedes dessas comunidades. Consideramos, ainda, os deslocamentos e os fluxos decorrentes do ciclo de cheias do Rio Paraguai e a inundação do território tradicionalmente ocupado, os deslocamentos entre as Tendas e o Vale dos Orixás e as mobilidades no acesso aos equipamentos e serviços públicos inexistentes nas comunidades quilombolas. Nesse contexto, podemos atribuir à multipolaridade quilombola um processo de sobrevivência e resistência das comunidades sob estudo. Concluímos que a multipolaridade territorial gerou novas trajetórias quilombolas e esse processo está pautado na articulação entre as comunidades, o que gera maior solidariedade entre os núcleos quilombolas, fortalecendo suas lutas no direito à terra e enfatizando a inexistência de políticas públicas.
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