Dissertação
Parceiras de maré : uma etnografia sobre as pescadoras do Bom Jesus, Sergipe
Registro en:
CASTRO, Érika Sousa Vieira de. Parceiras de maré : uma etnografia sobre as pescadoras do Bom Jesus, Sergipe. 2019. 113 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2019.
Autor
Castro, Érika Sousa Vieira de
Institución
Resumen
The present dissertation is about a group of fisherwomen from Bom Jesus
dos Navegantes, a neighborhood located in the municipality of Laranjeiras,
Sergipe, whose artisanal fishing is not done at sea, but in the mangrove and
in the Sergipe River. In this location, the fisherwomen stand out for being
mostly pivots of re-productive work and, consequently, the main generators of
family income. The objective of this research is to understand what it is like to
be and become a fisherwoman in Bom Jesus, understanding that artisanal
fishing is still naturalized as a male profession and, in the case of Bom Jesus,
this is transfigured. Diving a little deeper into this specific cosmology, I
realized that the tide transcends the notion of work, as it is also represented
as a space of feminine appropriation, as well as the social universe built in the
community itself, in which issues related to life, learning, leisure, autonomy
and partnerships. Being a work performed by women, fishing is a tide of
uncertainty, because, on the one hand offers certain guarantees of survival,
but on the other, it generates damages of various types and levels triggered
by the inviabilization of this craft by the institutions, community and
government. Affected from personal experience, by accompanying these
fisherwomen in the mangroves and in the river, the wrappings that represent
their realities were also analyzed through a look at bodies and emotions. Fundação de Apoio a Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE Esta é uma dissertação sobre um grupo de pescadoras do Bom Jesus dos
Navegantes, bairro localizado no município de Laranjeiras, Sergipe, cuja
pesca artesanal não é realizada no mar e sim no manguezal e no Rio Sergipe.
Nesta localização, as pescadoras se destacam por serem em sua maioria
pivôs do trabalho re-produtivo e, consequentemente, as principais geradoras
da renda familiar. O objetivo desta pesquisa é de compreender como é ser e
fazer-se pescadora em Bom Jesus, entendendo que, ainda se naturaliza a
pesca artesanal como profissão masculina e, no caso do Bom Jesus, isso se
transfigura. Ao mergulhar um pouco mais nessa cosmologia específica,
compreendi que a maré transcende a noção de trabalho, pois ela também é
representada como um espaço de apropriação feminina, assim como o
universo social construído na própria comunidade, em que emergem
questões relacionadas à vida, aprendizados, lazer, autonomia e parcerias.
Por ser um trabalho realizado por mulheres, a pesca é uma maré de
incertezas, pois, se de um lado oferece certas garantias de sobrevivência, por
outro, gera prejuízos de vários tons e teores desencadeados pela
invizibilização deste ofício por parte das instituições, comunidade e governo.
Afetada a partir de uma experiência pessoal, ao acompanhar essas
pescadoras no mangue e no rio, as envolturas que representam suas
realidades, foram apresentadas também por meio do olhar sobre os corpos e
as emoções. São Cristóvão, SE