Dissertação
Exercício físico como fator neuroprotetor em um modelo progressivo de parkinsonismo induzido por reserpina em ratos
Physical exercise as a neuroprotective factor in a progressive model of reserpine-induced parkinsonism in rats
Registro en:
SILVA, Marcelo Nunes da. Exercício físico como fator neuroprotetor em um modelo progressivo de parkinsonismo induzido por reserpina em ratos. 2023. 70 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Fisiológicas) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023.
Autor
Silva, Marcelo Nunes da
Institución
Resumen
Introduction: Parkinson's disease (PD) is a chronic and progressive
neurodegenerative disease mainly related to the death of dopaminergic neurons. The
treatment is carried out with drugs that promote the more significant activity of the
dopaminergic pathway; however, PD has no cure. Non-pharmacological strategies
have been studied to delay the onset of the disease, minimize symptoms, or both.
Among these strategies, physical exercise stands out for promoting neuroprotection.
Thus, the present study evaluated whether physical exercise acts as a neuroprotective
factor in a progressive model of parkinsonism induced by reserpine (RES) in rats.
Method: 48 male Wistar rats, aged 6-7 months old, weighing 350-450 g, were used
with authorization from the Ethics Committee for Research with Animals of the Federal
University of Sergipe (protocol number: 5483070122). Animals were allocated into six
groups (n = 8 per group): 1) CTR-Sedentary (CTR-SED), 2) RES-Sedentary (RESSED), 3) CTR-Exercise (CTR-EXE), 4) RES-Exercise Prior (RES-EXE-PRE), 5) RESSynchronous Exercise (RES-EXE-SIN) and 6) RES-Delayed Exercise (RES-EXETAR). Animals received ten subcutaneous injections of vehicle (CTR groups) or RES
0.1 mg/kg (RES groups), one every 48h. Animals in groups 1 and 2 were not submitted
to physical exercise sessions. Animals in groups 3 and 4 were submitted to physical
exercise sessions 15 days before starting the vehicle or RES injections. The animals
in group 5 started the physical exercise sessions concomitantly with the beginning of
the injections with RES. The animals in group 6 only started the physical exercise
sessions 48h after the sixth RES injection. Throughout the treatment, the animals were
submitted to behavioral tests: (a) catalepsy test (every 48h), (b) oral movements (days
14 and 20), and open field test (days 8 and 20). Throughout the experiment, the body
mass of the animals was also measured. On day 20, the rats were anesthetized and
perfused; their brains were removed and subjected to immunohistochemistry for
Tyrosine Hydroxylase (TH). Results: Prior physical exercise was able to delay the
onset of motor changes induced by RES in the catalepsy test. Besides, the animals in
all groups with exercise showed a lower disease progression. Prior exercise was also
able to prevent anxiety-like behavior (open field - day 8); and partially prevent motor
damage in the oral movement, in the open field test, and loss of body mass. Only
animals with prior exercise did not present a reduction in immunoreactivity for tyrosine
hydroxylase (TH), an enzyme involved in the dopamine synthesis pathway.
Conclusion: our study suggests that physical exercise promotes a neuroprotective
effect, slowing the progression of parkinsonism induced by RES in rats. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa, crônica
e progressiva, relacionada principalmente à morte de neurônios dopaminérgicos. Seu
tratamento é realizado com medicamentos que promovem uma maior atividade da via
dopaminérgica; entretanto, a DP não tem cura. Estratégias não farmacológicas têm
sido estudadas como forma de retardar o surgimento e/ou minimizar os sintomas da
doença. Entre as estratégias, destaca-se o exercício físico, que é capaz de promover
neuroproteção. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo, foi avaliar se o
exercício físico atua como fator neuroprotetor em um modelo progressivo de
parkinsonismo induzido por reserpina (RES) em ratos. Método: Foram utilizados 48
ratos machos da linhagem Wistar, entre 6 e 7 meses de idade, pesando, em média
350-450 gramas, com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa com Animais
(CEPA) da UFS (número do protocolo: 5483070122). Os animais foram divididos em
6 grupos (n = 8 por grupo): 1- CTR-sedentário (CTR-SED), 2-RES-sedentário (RESSED), 3- CTR-Exercício (CTR+EXE), 4- RES-Exercício-Prévio (RES-EXE-PRE), 5-
RES-Exercício síncrono (RES-EXE-SIN) e 6-RES-Exercício-Tardio (RES-EXE-TAR).
Os animais receberam 10 injeções de veículo (grupos CTR) ou RES 0,1 mg/kg s.c.
(grupos RES), uma a cada 48h. Os animais dos grupos 1 e 2 não foram submetidos a
sessões de exercício físico. Os animais dos grupos 3 e 4 foram submetidos a sessões
de exercício físico 15 dias antes do início das injeções de veículo ou RES. Os animais
do grupo 5 iniciaram as sessões de exercício físico concomitante ao início das injeções
com RES. Os animais do grupo 6 apenas iniciaram as sessões de exercício físico 48h
após a sexta injeção de RES. Ao longo do tratamento, os animais foram submetidos
a testes comportamentais: (a) catalepsia (a cada 48h), (b) movimentos orais (dias 14
e 20) e campo aberto (dia 8 e 20). Ao longo do experimento os animais também foram
aferidos quanto a massa corporal. No dia 20, os ratos foram anestesiados,
perfundidos, seus encéfalos foram removidos e submetidos a imunohistoquímica para
Tirosina Hidroxilase (TH). Resultados: Observou-se que o exercício físico prévio foi
capaz de retardar o início das alterações motoras, induzidas pela RES, no teste de
catalepsia, além dos animais de todos os grupos com exercício apresentarem uma
menor progressividade da doença. O exercício prévio também foi capaz de impedir
parcialmente os prejuízos motores no teste de movimentos orais e no campo aberto,
a perda de massa corporal e impediu o comportamento tipo ansioso (campo aberto -
dia 8). Apenas os animais com exercício prévio não apresentaram redução da
imunorreatividade para a tirosina hidroxilase (TH), enzima envolvida na via da síntese
da dopamina. Conclusão: nosso estudo sugere que a prática de exercício físico
promove um efeito neuroprotetor, desacelerando a progressividade do parkinsonismo
induzido pela RES em ratos. São Cristóvão