Dissertação
A criminalização dos movimentos sociais no Brasil frente a lei antiterrorismo (lei 13.260/2016): avanço do estado punitivo e retração democrática
The criminalization of social movements in Brazil through the anti-terrorism law (law 13.260/2016): the advance of the punitive state and democratic retraction
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Autor
Muniz Filho, José Carlos Cunha
Institución
Resumen
The constitution of a Punitive State in Brazil, with the criminalization of misery and mass
incarcerations, has been verified by several national researchers. In such a reality, in
which criminal mechanisms for social control and mitigation of conflicts caused by
neoliberal social deterioration are widely used, democracy is increasingly degraded and
the limits to the power to punish are obsolete. In this context, this study aims at
understanding whether the Anti-Terrorism Law (Law 13.260/2016) presents itself as a
mechanism for amplifying punishment, especially for the criminalization of social
movements and the ensuing restrictions on the freedoms of demonstration and assembly.
After a contextualization of the national political conjuncture and an examination of the
fundamental rights from the guaranteeist perspective, the central object of this thesis is to
analyze the Law 13.260/2016 itself, considering the current projects that intend to modify
it at the National Congress. This study starts from the hypothesis that Law 13.260 / 2016
has been used for criminalizing social movements and that proposals for modifying it
aims at radicalizing such criminalization. Moreover, by analyzing the Decree 9.527/2018,
related to anti-terror legislation, this thesis also seeks to understand whether it can deepen
the use of such law for curbing contesting organizations. Dissertação (Mestrado) A constituição de um Estado Punitivo no Brasil, que criminaliza a miséria e encarcera em
massa, tem sido constada por diversos pesquisadores nacionais. Em tal realidade, de
utilização de mecanismos penais para o controle social e mitigação dos conflitos causados
pela deterioração social neoliberal, a democracia degrada-se cada vez mais e os limites
ao poder de punir se mostram obsoletos. Nesse contexto, o presente trabalho busca
compreender se a Lei Antiterrorismo (Lei 13.260/2016) se apresenta como um
mecanismo de aprofundamento punitivo, especialmente no que tange a criminalização de
movimentos sociais e o consequente cerceamento às liberdades de manifestação e
reunião. Após uma contextualização da conjuntura política nacional e de uma
problematização acerca dos diretos fundamentais a partir da ótica garantista, o objeto
central dessa dissertação será analisar a Lei 13.260/2016 em si, considerando também os
projetos que pretendem modifica-la em trâmite no Congresso Nacional. Assim, partimos
da hipótese de que a Lei 13.260/2016 tem sido utilizada no sentido de criminalizar
movimentos sociais e suas propostas de modificação operam no sentido de radicalizar tal
criminalização. Avaliando ainda o Decreto 9.527/2018, que se relaciona a legislação
antiterror, buscamos também compreender se ele pode aprofundar a utilização de tal lei
no cerceamento de organizações contestatórias.