Trabalho de Conclusão de Curso
Fracionamento da peçonha da serpente Bothrops moojeni (Caiçara): caracterização parcial de frações proteolíticas e purificação de uma miotoxina (BmTx)
Registro en:
VIEIRA, Lara França. Fracionamento da peçonha da serpente Bothrops moojeni (Caiçara): caracterização parcial de frações proteolíticas e purificação de uma miotoxina (BmTx). 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006.
Autor
Vieira, Lara França
Institución
Resumen
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) As peçonhas das serpentes botrópicas são ricas em enzimas proteolíticas associadas com atividades biológicas específicas, como atividades hemorrágica, miotóxica, coagulante e anticoagulante (fibrinogenolítica e fibrinolítica). O presente trabalho descreve o fracionamento da peçonha bruta de Bothrops moojeni e a caracterização de suas frações isoladas quanto ao perfil eletroforético, quanto a ativdade proteolítica sobre o fibrinogênio bovino e sobre a azocaseína e atividade miotóxica. A peçonha bruta foi submetida a uma cromatografia de troca iônica (DEAE Sephacel), equilibrada com tampão bicarnobato de amônio (AMBIC) 0,05-0,3 M). Esta cromatografia resultou em cinco frações principais denominadas E1 a E5. A fração E1 foi refracionada em resina de exclusão molecular (Sephadex G-75) e resultou em cinco subfrações deniminadas de E1G1 a E1G5. A fração E1G4 foi aplicada a uma resina de afinidade Heparina Agarose, e a proteína purificada neste passo, foi submetida a uma nova filtração em resina Sephadex G-25 para a retirada do sal. Todas as frações foram testadas quanto à atividade proteolítica sobre o fibrinogênio bovino e sobre a azocaseína. Na atividade sobre o fibrinogênio, cerca de 5 μg de cada fração foram inocubadas por 60 minutos a 37°C, com 50 μg de uma solução de fribrinogênio (1,5 mg/ 1mL na salina). A atividade proteolítica foi analisada em gel de poliacrilamida SD-PAGE 14%. Na atividade sobre a azocaseína, cerca de 50 μg de cada fração foram incubadas por 60 minutos a 37°C, com uma solução de azocaseína diluída em tampão Tris-HCl 50mM pH=7 e CaCl2 0,004 M (1 mg/ 1mL). As absorbâncias de cada fração foram lidas a 366 nm. Um aumento de 0,01 na absorbância corresponde a um aumento de uma unidade de atividade sobre a azocaseína. Os resultados mostraram que todas as frações e subfrações foram capazes de degradar o fibrinogênio bovino, em maior ou menor intensidade, degradando as cadeias a-α e B-β. Curiosamente, a fração E1 foi capaz de degradar a cadeia γ do fibrinogênio, fato incomum na literatura. Todas as frações s subfrações também foram capazes de degradar a azocaseína. uma proteína foi isolada da fração E1G1 após cromatografia em Heparina Agarose. Esta proteína mostrou uma alta atividade necrosante sobre o músculo gastrocnemius de camundongo. Observando o corte histológico através de microscopia ótica, podemos notar a presença de hemorragia, degeneração hialina, necrose celular e infiltrado leucocitário. Os resultados deste estudo mostraram que a peçonha da serpente Bothrops moojeni é muito rica em proteases capazes de degradar o fibrinogênio bovino e a azocaseína. Uma proteína miotóxica foi isolada e caracterizada parcialmente.