Caracterização bioquímica e funcional de lectinas Tipo C de venenos de serpentes do gênero Bothrops
Registro en:
OLIVEIRA, Cláudia Siqueira de. Caracterização bioquímica e funcional de lectinas Tipo C de venenos de serpentes do gênero Bothrops. 2015. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós - Graduação em Biologia Experimental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO.
Autor
Oliveira, Cláudia Siqueira de
Calderon, Leonardo de Azevedo
Institución
Resumen
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós Graduação em Biologia
Experimental – PGBIOEXP da Universidade
Federal de Rondônia - UNIR como requisito
para a obtenção do título de Mestre em
Biologia Experimental.
Orientador: Dr. Leonardo de A. Calderon As lectinas de venenos ofídicos pertencem a um grupo de proteínas não
enzimáticas, de origem não imunológica, com capacidade de aglutinar células,
interagindo de maneira reversível e não-covalente com polissacarídeos,
glicoconjugados livres ou ligados à superfícies celulares. O presente estudo teve
como objetivo caracterizar lectinas tipo C de venenos de serpentes do gênero
Bothrops e compará-las quanto aos seus aspectos físico-químicos e biológicos. O
trabalho foi realizado em etapas: (1) seleção de amostras, (2) isolamento e
caracterização bioquímica, (3) caracterização estrutural e (4) caracterização
funcional. Para a seleção, utilizou-se um lote com diferentes espécies botrópicos,
selecionando-se aquelas que se mostraram ativas quanto à atividade
hemaglutinante e foram inibidas por lactose. Os venenos selecionados foram
submetidos a cromatografia de afinidade em coluna de agarose-lactose. Nas
condições experimentais, quatro apresentaram frações contendo lectina. Estas
frações foram posteriormente aplicadas em coluna de fase reversa (Discovery -
C18), para uma completa purificação, resultando em cinco lectinas isoladas: BaLec
- lectina de B. asper; BjL-lectina de B. jararaca; BjcuL - lectina de B. jararacussu, BlL
- lectina de B. leucurus e BmL – lectina de B. mattogrossensis. Essas proteínas
apresentaram perfis de migração semelhantes quando submetidos a SDS-PAGE,
sendo evidente seu caráter dimerico, unidos por pontes dissulfeto. A massa
molecular definida por espectrometria de massa também foi similar para todas as
lectinas isoladas. O sequenciamento N-terminal por degradação de Edman,
identificou os primeiros 26 resíduos de aminoácidos de BlL e os 54 de BaLec. O
alinhamento múltiplo evidenciou elevada identidade quando comparadas com
lectinas isoladas de outros venenos botrópicos. Todas as lectinas isoladas são
dependentes de íon Ca2+ e perdem atividade na presença de agentes redutores. No
contexto geral, considerando as informações experimentais obtidas, foram
purificadas cinco Lectinas tipo C, com afinidade por galactosídeos. Este é o primeiro
relato da sequência amino terminal da BlL, bem como a primeira descrição de lectina
tipo C isolada do veneno de B. asper e B. mattogrossensis.