Artigo Científico
Histerectomia em doença ginecológica benigna: desfechos e vias de abordagem cirúrgica – um estudo de cinco anos
Hysterectomy in benign gynecological disease: surgical approaches and its outcomes – a five year study
Autor
Covre, Naély Pereira
Fortunato, Jucélia Jeremias
Kock, Kelser de Souza
Durli, Mario Antônio
Institución
Resumen
Objetivo: Avaliar a prevalência de complicações associadas às histerectomias realizadas por indicações benignas através das vias abdominal, laparoscópica e vaginal.
Métodos: Estudo observacional, transversal, com uso de dados secundários em um serviço de referência durante cinco anos. Excluiu-se indicações de histerectomias que não fossem benignas, eletivas e de pacientes sem comorbidades clínicas relevantes. Avaliou-se a presença de complicações maiores e menores e outros desfechos clínicos e cirúrgicos. O nível de significância estatística adotado foi de 5% (valor de p < 0,05).
Resultados: Foram analisados 366 prontuários. O perfil sociodemográfico correspondeu a mulheres brancas, com doenças sistêmicas sem limitações funcionais, entre 37 e 47 anos, diagnosticadas com miomatose uterina. A via mais realizada no Sistema Único de Saúde foi a abdominal, que proporcionou o menor tempo de operação. A via laparoscópica possibilitou o menor tempo médio de internação. A maior média de idade esteve relacionada à via vaginal e a menor à laparoscópica. As readmissões não planejadas ocorreram com maior frequência em até 7 dias após a alta, e o principal motivo foi dor. Não houve relevância entre a presença de complicações maiores e menores em relação às vias de abordagem cirúrgica nem a respeito da necessidade de opioide como analgésico extra em 24h de pós-operatório.
Conclusão: A criação de técnicas e tecnologias, capazes de melhorar os desfechos clínicos e cirúrgicos da histerectomia, deve ser incentivada. São necessários estudos que auxiliem na prevenção de desfechos indesejáveis, especialmente no manejo da dor pós-operatória.