Artigo
Revestimentos pavimentares nos projetos de requalificação de espaços públicos urbanos e o conforto térmico: estudo de caso do Setor Hospitalar Local Norte e Sul – Brasília/DF
Autor
Iahn, Juliana Linder de Oliveira
Cantuária, Gustavo Alexandre Cardoso
Institución
Resumen
É no espaço público urbano onde as atividades ao ar livre dos cidadãos acontecem.
O conforto térmico nesses espaços é um dos principais indicadores que proporcionam a sua
fruição, atratividade e habitabilidade. Considerando-se que as propriedades térmicas e de
permeabilidade dos tipos de materiais de pavimentação utilizados possuem forte relação com
a intensidade de calor no espaço público, esta pesquisa tem como objetivo a investigação de
elementos que contribuam do tratamento dos pavimentos para o conforto térmico dos usuários
por meio de estudos microclimáticos comparativos da implantação dos projetos de
requalificação do Setor Hospitalar Local Sul e do Setor Hospitalar Local Norte em Brasília.
Esses setores foram escolhidos pois passam por um processo de intervenção urbanística, a
qual inclui a mudança dos materiais de cobertura do solo. Os procedimentos metodológicos
deste trabalho se baseiam na revisão de literatura (revestimentos nos espaços públicos e
suas propriedades, clima urbano, implicações dos pisos no microclima e proposta de desenho
bioclimático), análise de variáveis ambientais (temperatura e umidade relativa do ar), análise
da temperatura superficial dos espaços selecionados, além da análise de cenários simulados
no software ENVI-met 5.0. Os resultados mostraram que a temperatura dos materiais no
período de chuva possui um comportamento distinto em relação ao período de seca e
constante relação com o aumento de temperatura de acordo com o material e a situação de
sol ou sombra. Na seca, materiais “frios” tiveram melhor desempenho quando exposto ao sol,
o Piso Fulget, por exemplo, foi 5°C mais frio que o asfalto às 15h. Já na época de chuva, os
materiais permeáveis e naturais apresentaram melhor comportamento, em que o Pisograma
registrou temperatura média de 36,2°C às 15h, 22°C mais frio do que o Asfalto. Quanto as
simulações, simulou-se dois cenários com o uso de pavimentos “frios” e permeáveis e o uso
de vegetação adicional, e revelaram zonas de até 1,5°C mais frescas dependendo do tipo de
pavimento. Assim, a simulação corroborou com a investigação experimental, pois possibilitou
estimar as propostas bioclimáticas como mecanismo de resfriamento dos espaços públicos.
Ainda, esta pesquisa teve como resultado uma base de apoio para a escolha do pavimento
nos projetos de intervenção urbanística adaptados ao clima que proporcionem conforto
térmico aos usuários.