Artigo
A identidade cultural enganjada de Lima Barreto
Registro en:
1982-3916
Autorização para publicação no Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe (RIUFS) concedida pelo editor
Autor
Gomes, Carlos Magno Santos
Institución
Resumen
Este artigo analisa como a identidade cultural está representada e articulada na ficção
de Lima Barreto. Partindo da idéia do autor como um agrupamento de posições discursivas,
faço um estudo das posições ideológicas de Lima Barreto nas crônicas Bagatelas
e no romance Recordações do Escrivão Isaias Caminha. O conceito de identidade
cultural trabalhando nessa pesquisa passa pela questão de como a modernidade afeta
ou desloca a identidade de resistência. A obra de Barreto retrata esse processo no
início do Século XX, de forma inovadora, uma vez que ele se coloca fora da identidade
hegemônica, mesmo assim sofre as conseqüências da modernização de sua época.
O engajamento desse escritor é duplo, marcado pela luta de classes e pelo fim da
segregação racial. Suas crônicas denunciam a opressão aos pobres e aos negros no
processo de modernização vivido pelo Rio de Janeiro. Metodologicamente, faz-se
uma leitura social do texto literário e aplica-se conceitos de autoria e identidade propostos
por Michel Foucault e Stuart Hall, respectivamente.