Dissertação
Não chuta que é macumba: a patrimonialização do Ilê Axé Opô Afonjá e a sua contribuição no fortalecimento de uma identidade afro-religiosa no Brasil
Registro en:
SANTOS, Cláudio de Jesus. Não chuta que é macumba: a patrimonialização do Ilê Axé Opô Afonjá e a sua contribuição no fortalecimento de uma identidade afro-religiosa no Brasil. 2019. 109 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2019.
Autor
Santos, Cláudio de Jesus
Institución
Resumen
Candomblé's terreiros reach the twenty-first century by demarcating their space in the composition of the Brazilian cultural heritage by preserving the memory of its people and its community, bringing to itself an importance that goes beyond the cult of the orixás. It is for this reason that we increasingly perceive the connections between spaces chosen as patrimony and that harbor religious functions, that we intend to reflect on the implications generated in the religious field, more specifically in the constructions of the meaning of religion. With this we are interested in knowing if the process of patrimonialization of the terreiros (rural property) makes possible the strengthening of an afro-religious identity redefined for Candomblé in Brazil. It is also of specific interest to analyze the construction of symbolic cultural goods and strategies for the legitimation of a "sacred patrimony" by Afro-religious communities. With the purpose of reaching the proposed objective, we made use of a bibliographical revision allied to the ethnographic method, with Ilê Axé Opô Afonjá, located in the State of Bahia, establishing an interdisciplinary methodological action between the Sciences of Religion and other fields of knowledge. The partial results point to the change of a "religious status" in contemporary candomblé from the process of patrimonialization thus generating new forms of organization in the universe of religions of African matrix and contributing to its mediatic dissemination. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Fundação de Apoio a Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE Os terreiros de candomblé chegam ao século XXI demarcando o seu espaço na composição do patrimônio cultural brasileiro por meio da preservação da memória do seu povo e de sua comunidade, trazendo para si uma importância que vai além do culto aos orixás. É por essa razão, percebendo cada vez mais os enlaces entre espaços eleitos como patrimônio e que abrigam funções religiosas, que tencionamos uma reflexão das implicações geradas no campo religioso, mais especificamente nas construções de sentido da religião. Com isso nos interessa saber como o processo de patrimonialização dos terreiros possibilita o fortalecimento de uma identidade afro-religiosa ressignificada para o candomblé no Brasil. É de interesse específico também analisar a construção dos bens culturais simbólicos e as estratégias para a legitimação de um “patrimônio sagrado” por parte das comunidades afro-religiosas. Com a finalidade de alcançarmos o objetivo proposto fizemos uso de uma revisão bibliográfica aliada ao método etnográfico tendo como lócus de estudo o Ilê Axé Opô Afonjá, situado no Estado da Bahia, estabelecendo uma ação metodológica interdisciplinar entre Ciências da Religião e outros campos do conhecimento. Os resultados apontaram para a mudança de um “status religioso” no Candomblé na contemporaneidade a partir do processo de patrimonialização gerando novas formas de organização no universo das religiões de presença africana. Constatamos também que o espaço do terreiro, enquanto instância de poder, foi capaz de mover estruturas sociais complexas, estabelecendo um divisor de águas dentro desse universo religioso, contribuindo assim para o fortalecimento de uma nova identidade afro-religiosa no Brasil. São Cristóvão, SE