Monografia
Estratificação vertical de Marmosa Demerarae e Marmosops Incanus (Didelphimorphia : Mammalia) no refúgio de vida silvestre Mata do Junco, Capela, Sergipe
Registro en:
Pinto, Italy Tainá dos Santos. Estratificação vertical de Marmosa Demerarae e Marmosops Incanus (Didelphimorphia : Mammalia) no refúgio de vida silvestre Mata do Junco, Capela, Sergipe. São Cristóvão, SE, 2018. Monografia (bacharelado em Ecologia) – Departamento de Ecologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2018
Autor
Pinto, Italy Tainá dos Santos
Institución
Resumen
A Mata Atlântica apresenta uma maior complexidade vegetacional que reflete na utilização diferenciada dos estratos verticais pelos pequenos mamíferos. A organização vertical dessas espécies pode estar relacionada com a história evolutiva das mesmas, resultando em diferenças morfológicas que influenciam no uso do espaço. Este trabalho objetivou caracterizar a utilização dos estratos verticais pelos marsupiais Marmosa demerarae e Marmosops incanus em um fragmento de Mata Atlântica em Sergipe e sua relação com os membros posteriores e anteriores. Foi identificado o uso dos estratos verticais entre os sexos e idade desses marsupiais e analisado se há diferença na proporção do uso dos estratos entre as duas espécies; além da caracterização morfométrica das pegadas dos marsupiais. O estudo foi realizado no remanescente florestal localizado no Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, no município de Capela, Sergipe. As coletas foram realizadas entre os meses de setembro de 2012 a agosto de 2017, durante duas noites/mês, com armadilhas Sherman dispostas no solo e sub-bosque (1,5 m de altura). Para as análises morfométricas das pegadas, entre os meses de abril a agosto/2017, foram obtidas 10 pegadas anteriores e posteriores dos marsupiais, as quais foram digitalizadas posteriormente em preto e branco. Para avaliar o uso dos estratos entre os sexos, faixa etária e entre as espécies de marsupiais da área foi utilizado o teste Qui-quadrado. Para analisar a morfometria das pegadas foi utilizada a Análise de Função Discriminante. Foram realizadas 295 capturas, sendo 165 de Marmosa demerarae e 130 de Marmosops incanus. Ambas as espécies utilizaram os estratos de maneira similar, independente do sexo (p > 0,05). Não foi verificada diferença nesse uso em relação aos sub-adultos e adultos em ambas espécies (p > 0,05). Houve o uso diferenciado dos estratos pelas espécies, com M. demerarae demonstrando uma maior preferência na utilização do sub-bosque (p < 0,0001) em relação a M. incanus (p = 0,0021), sendo verificada diferença na proporção do uso dos estratos entre as duas espécies (p < 0,05). Foram amostradas seis pegadas das patas posteriores e anteriores de M. demerarae e quatro de M. incanus, havendo diferença na forma apenas nas posteriores (p = 0,0026). Ambas as espécies foram mais frequentes no sub-bosque, entretanto M. demerarae mostrou-se mais arborícola em relação a M. incanus. A coexistência das espécies na área pode estar relacionada à diferença na proporção do uso dos estratos verticais, sendo possível verificar esta diferença na forma dos membros posteriores São Cristóvão, SE