Monografia
Acorda Maria Bonita, levanta, vai fazer o café? A relação do gênero feminino do cangaço com a cultura material bélica
Registro en:
COSTA, Luciana Alves. Acorda Maria Bonita, levanta, vai fazer o café? A relação do gênero feminino do cangaço com a cultura material bélica. 2021. 199 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arqueologia) - Campus de Laranjeiras, Universidade Federal de Sergipe, Laranjeiras, 2021.
Autor
Costa, Luciana Alves
Institución
Resumen
Although the cangaço is an increasingly researched thematic from different perspectives, it is possible to verify that the gaze directed to the cangaceiras has not been so quantitative when compared to the narratives constructed to deal with the trajectory of their persiga companions. Beyond this materialization that points to a latent inequality within bibliographic production, there is a significant difference in the interpretations related to the contributions of both genders in the last phase of the movement. This because, while the cangaceiros appear associated with conflicts and, consequently, to the warmateriality, the cangaceiras were read, and still are, in some passages, as the ones responsible for providing cangaceiros with permanent access to affectivity and sexual relations. Interpretations that corroborated for the denial of the female gender as a subject in the history of Cangaço and for the control in building different perspec tives from those until then structured, such as the possible participation of cangaceiras in the battles and their contribution in the Cangaço Lampiônico. While it is well known, in regard to the relationship between cangaceiras and war materiality, that they possessed firearms and
daggers, historiography does not consider the women’s participation in battles and attacks. But would that be it? By understanding Cangaço as a warlike movement, how can we consider the female gender in this context? What was the role and contribution of cangaceiras in the move ment? It is through these questions that Wake up Maria Bonita, get up and go make some coffee? The relationship between the female gender in the Cangaço and war material culture sought, anchored in gender archaeology, feminist archaeology, through an analysis of images of the Cangaço and of a private collection, to glimpse possible narratives allowing to conceive women of the Cangaço, their participation, their influence and their ability to build and modify the movement in which they were inserted. Aunque el cangaço sea un tema cada vez más investigado, desde diferentes perspectivas, es posible ver que las miradas dirigidas a las cangaceiras no fueron tan cuantitativas en comparación con las narrativas construidas para abordar la trayectoria de sus compañeros de persiga. Además de esta materialización, que apunta a la desigualdad latente entre las producciones bibliográficas, existe una diferencia significativa en las interpretaciones con respecto a las contribuciones de ambos géneros en la última fase del movimiento. Esto porque, si bien los cangaceiros aparecen asociados a los conflictos y, en consecuencia, con la materialidad de la guerra, las cangaceiras fueron leídas, y todavía son, en algunos pasajes como responsables de proporcionar a los cangaceiros vínculos sexuales y de afectividad. Esas interpretaciones corroboran la negación del género femenino como protagonistas en la historia del cangaço y también controlan la construcción de perspectivas diferentes de aquellas hasta ahora estructuradas, por ejemplo, la posible participación de las cangaceiras en la lucha y su contribución en el cangaço lampiônico. Todavía, con respecto a la relación entre las cangaceiras y la materialidad de la guerra, se sabe que tenían sus propias armas de fuego y dagas, sin embargo, la historiografía no considera su participación en enfrentamientos y ataques. Pero, ¿es así? Al entender el cangaço como un movimiento de carácter bélico, ¿cómo considerar el género femenino en este contexto? ¿Cuál fue el papel y la contribución de las cangaceiras en el movimiento? Es a través de estas preguntas que Despierta Maria Bonita, levántate, ¿vas a hacer café? La relación del género femenino del cangaço con la cultura material bélica buscó, anclada en la arqueología de género, la arqueología feminista, en el análisis imaginario del cangaço y una colección particular, vislumbrar posibles narrativas de concebir a las mujeres del cangaço, su participación, influencia y capacidad de construir y/o modificar el movimiento en el que se insertaron. Embora o cangaço seja uma temática cada vez mais pesquisada, sob diversas perspectivas, é possível constatar que os olhares direcionados às cangaceiras não foram tão quantitativos se comparados às narrativas construídas para tratar da trajetória dos seus companheiros de persiga. Para além dessa materialização que aponta para a desigualdade latente entre as produções bibliográficas, existe uma diferença significativa de interpretações referentes às contribuições de ambos os gêneros, na última fase do movimento. Isso porque, enquanto os cangaceiros aparecem associados aos conflitos e, consequentemente, à materialidade bélica, as cangaceiras foram tidas e ainda são em algumas passagens, como responsáveis por propiciar aos cangaceiros o acesso permanente à afetividade e à relação sexual. Interpretações que corroboraram a negação do gênero feminino como também a de sujeito na história do cangaço e para o controle da construção de perspectivas diferentes daquelas, até então estruturadas, a exemplo de
possíveis participações das cangaceiras nos combates e a contribuição delas no cangaço, sob o comando de Lampião. Todavia, referente à relação das cangaceiras com a materialidade bélica, sabe-se que elas possuíam suas próprias armas de fogo e punhais, no entanto, a historiografia não considera a participação delas em confrontos e ataques. Mas, seria isso mesmo? Ao compreender o cangaço como um movimento de caráter bélico, como considerar o gênero feminino nesse contexto? Qual foi o papel e a contribuição das cangaceiras no movimento? É através dessas questões que Acorda Maria Bonita, levanta, vai fazer o café? A relação do gênero feminino do cangaço com a cultura material bélica buscou, ancorada na arqueologia de
gênero, na arqueologia feminista, na análise imagética do cangaço e de um acervo particular, vislumbrar narrativas possíveis de conceber as mulheres do cangaço à participação, à influência e à capacidade para construir e modificar o movimento em que estiveram inseridas. Laranjeiras
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