Monografia
Quando a segurança entra em cena: arquitetura do medo nos condomínios horizontais em Aracaju/SE
Registro en:
CRUZ, Catharina Nunes. Quando a segurança entra em cena: arquitetura do medo nos condomínios horizontais em Aracaju/SE. 2021. 111 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal de Sergipe, Laranjeiras, 2021.
Autor
Cruz, Catharina Nunes
Institución
Resumen
O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção dos condomínios horizontais fechados na cidade de Aracaju/SE, bem como os “elementos arquitetônicos do medo” e a influência do marketing imobiliário. A busca pela segurança, exclusividade e homogeneidade social, tem causado forte impacto na cidade pela (auto)segregação socioespacial. Inicialmente foram feitos levantamentos bibliográficos para conceituação dessa autossegregação no Brasil, bem como os agentes modeladores do espaço atuantes na produção da cidade. Através de dados coletados em órgãos públicos e visitas de campo foi possível identificar a disseminação da moradia enclausurada, fruto da atuação do mercado imobiliário, e a presença dos “elementos do medo” nos mesmos. Para aprofundamento da pesquisa foram considerados empreendimentos com mais de 20 unidades habitacionais, totalizando 70 condomínios horizontais (casas e lotes) construídos na capital sergipana no período de 1990 a 2020. A partir dos dados coletados alcançou-se uma tabulação abordando bairros em que estão localizados, número de unidades habitacionais, ano em que foi licenciado e os elementos de segurança que possuem (como guarita, sistema de monitoramento, cerca elétrica e etc.), bem como o nível de segurança de cada empreendimento. As propagandas e folders anunciativos analisados, além das entrevistas realizadas com moradores permitiu avaliar o discurso de venda baseado no oferecimento de segurança e qualidade de vida, bem como a sensação dos moradores que usufruem desses empreendimentos. A sensação de segurança promovida pelos elementos de segurança não são, de maneira alguma, a constatação da segurança real e absoluta, embora os moradores entrevistados deem relatos que se sentem seguros a ponto de deixar sua porta destrancada, os sistemas de segurança desses empreendimentos são de manuseio humano, sendo passíveis de falhas.