Dissertação
Identidade, diáspora, exílio : um estudo sobre o intelectual pós-colonial
Registro en:
SILVA, Carmem Emanuela Santos. Identidade, diáspora, exílio : um estudo sobre o intelectual pós-colonial. 2018. 96 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2018.
Autor
Silva, Carmem Emanuela Santos
Institución
Resumen
This paper focuses on the impacts of globalization and the so-called late modernity on
cultural identities and, consequently, on intellectual activity. A brief diagnosis of
modernity, the characteristics of globalization and the emergence of heterogeneous
identities is presented, whose unifying project was a construction. Our goal is to map, in
the context of modernity, how the intellectual appropriates the results of decolonization and
the emergence of diasporic identities for the conduct of his work by suspending certain
nationalist ideals. The old European nations created their national identities from a
homogenizing imperative of excluding differences in the name of an ontological security.
The post-war world was particularly marked by the independence of many former colonies
and the foreigner, whose difference was captured in the old unifying project, reappears as
the protagonist of tensions in the old well-resolved identities until then. The diasporic
movement (real and metaphorical) of individuals in exile will serve as a model for the
intellectual, inserted in games of power that call it to conform to discourses of domination,
to create fissures, precisely, in the mismanagement of power. In order to address these
issues, the study was divided into a few chapters. The first of these represented a retreat to
questions pertinent to the changes in the meanings of cultural identity in late modernity
through, summarily, Stuart Hall's analysis and the view of Cultural Studies. The second is
to explore some of the paths briefly described in the previous chapter from the presentation
of national elements as constructions: the nation, the imagined community and the
invented tradition, as well as, in this context, the defense of the diaspora as a subversion of
homogeneous national models. The third focuses on the problematic of the intellectual
practice of the one who takes the exile as a destiny, through the analyses of Edward Said
and Gayatri Spivak. At the limit, at the time of the diaspora, the intellectual is summoned
to assume a position not submitted to power and to provoke, like the foreigner in the
stability of nations, grooves on the frontiers of domination. Fundação de Apoio a Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE Este trabalho debruça-se sobre os impactos da globalização e da chamada modernidade
tardia nas identidades culturais e, por conseguinte, na atividade intelectual. Imprime-se um
breve diagnóstico da modernidade, das características da globalização e do aparecimento
de identidades heterogêneas, cujo projeto unificador tratava-se de uma construção. Nosso
objetivo é mapear, no contexto da modernidade, como o intelectual apropria-se das
resultantes da descolonização e do surgimento de identidades diaspóricas para a condução
de seu trabalho pela via da suspensão de certos ideais nacionalistas. As velhas nações
europeias criaram suas identidades nacionais a partir de um imperativo homogeneizante de
exclusão das diferenças em nome de uma segurança ontológica. O mundo pós-Guerra, em
específico, foi marcado pela independência de muitas antigas colônias e o estrangeiro, que
teve sua diferença capturada no antigo projeto unificador, reaparece como protagonista de
tensões nas antigas identidades até então, bem resolvidas. O movimento diaspórico (real e
metafórico) dos indivíduos no exílio servirá de modelo ao intelectual para, inserido em
jogos de poder que o convocam a conformar-se com discursos de dominação, criar fissuras,
justamente, nos desmandos do poder. Para dar conta dessas problematizações, o estudo
dividiu-se em alguns capítulos. O primeiro deles representou um recuo às questões
pertinentes às mudanças nos sentidos da identidade cultural na modernidade tardia através,
sumariamente, das análises de Stuart Hall e da ótica dos Estudos Culturais. O segundo
pretende explorar alguns caminhos elencados brevemente no capítulo anterior a partir da
apresentação de elementos nacionais como construções: a nação, a comunidade imaginada
e a tradição inventada, bem como, neste contexto, a defesa da diáspora como uma
subversão dos modelos nacionais homogêneos. O terceiro concentra a problemática do
fazer intelectual daquele que assume o exílio como destino através das análises de Edward
Said e Gayatri Spivak. No limite, no tempo da diáspora, o intelectual é convocado a
assumir um posicionamento não submetido ao poder e provocar, tal qual o estrangeiro na
estabilidade das nações, ranhuras nas fronteiras da dominação. São Cristóvão, SE