Dissertação
As interfaces do maravilhoso na obra Doze reis e a moça no labirinto do vento de Marina Colasanti
Registration in:
CARDOSO, Gustavo Aragão. As interfaces do maravilhoso na obra Doze reis e a moça no labirinto do vento de Marina Colasanti. 2023. 178 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2023.
Author
Cardoso, Gustavo Aragão
Institutions
Abstract
The present study is part of the literature studies and research of the post-graduation in
languages of Universidade Federal de Sergipe, and it analyzes the marvelous that
arises in Marina Colasanti's tales, noting the characteristics that they rescue from the
traditional tales and to what extent they break with the classical structure promoting
innovation. This qualitative research seeks to examine the interfaces of the marvelous,
as well as the symbolic and compositional aspects of “Doze reis e a moça no labirinto
do vento” and “Um desejo e dois irmãos”. Our hypothesis is that Marina Colasanti's
tales are marvelous of faire nature which present certain regularity in terms of structural
composition, however they innovate in terms of the proposed themes, promoting a
parodic view of patriarchal society by reclaiming traditional narratives from a critical
perspective and by highlighting female characters. The study is guided by this
perspective, and it proposes the following questions: What are the interfaces of the
marvelous that are manifested in Marina Colasanti's fairy tales? How do they take place
in this literary work? Do the author's tales promote any kind of innovation in terms of
language, narrative structure and thematic proposition when compared to traditional
tales? Where are the ruptures and how do they are materialized in the narratives?
These questions guide the development of the research analysis that do not intend to
exhaust the understanding of the object of study, but it intends to contribute by
encourage a critical and detailed view regarding the marvelous of the poetics of Marina
Colasanti, taking into consideration a varied critical and theoretical references which is
composed of: Colasanti (1982, 2015) Coelho (2020), Todorov (2017), Perdigão (1993),
Propp (1984, 2002), Adam (2009, 2011), Genette (2018), Eliade (2013), Campbell
(2007), Patai (1982), Mielietinski (1987, 2019), Gotlib (2006), Hutcheon (1991) among
others. Este trabalho, que se insere na área dos Estudos Literários e na linha de pesquisa
Literatura e Recepção do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal de Sergipe, analisa como o maravilhoso se apresenta nos contos de Marina
Colasanti, observando que características eles resgatam dos contos tradicionais e em
que medida rompem com a estrutura clássica promovendo inovação. Esta pesquisa de
feição qualitativa busca examinar as interfaces do maravilhoso, mas também aspectos
simbólicos e composicionais da obra Doze reis e a moça no labirinto do vento, corpus
desta análise, de forma exploratória, por meio da compilação de conceitos, teorias e
análises dos contos, mais detidamente dos contos “Doze reis e a moça no labirinto do
vento” e “Um desejo e dois irmãos”. Nossa hipótese é de que os contos de Marina
Colasanti são maravilhosos de natureza feérica e que apresentam certa regularidade
quanto à composição estrutural, contudo inovam quanto aos temas propostos,
promovendo uma visão paródica da sociedade patriarcal ao retomar narrativas da
tradição sob uma perspectiva crítica e conferir destaque a personagens femininas. O
estudo, guiado por esse pensamento, propõe as seguintes inquirições: Quais interfaces
do maravilhoso se manifestam nos contos de fadas de Marina Colasanti? Como essas
interfaces se realizam na obra? Os contos da autora promovem alguma espécie de
inovação no tocante à linguagem, à estrutura narrativa e à proposição temática quando
comparados a contos tradicionais? Onde se encontram as rupturas e como elas se
materializam nas narrativas? Estas perguntas norteiam o desenvolvimento das análises
feitas, que não pretendem esgotar o entendimento do objeto, mas, ao menos, contribuir
para que haja uma reflexão crítica e minudenciada acerca do maravilhoso na poética
de Marina Colasanti, considerando para isso um variado referencial teórico e crítico
composto por: Colasanti (1982, 2015) Coelho (2020), Todorov (2017), Perdigão (1993),
Propp (1984, 2002), Adam (2009, 2011), Genette (2018), Eliade (2013), Campbell
(2007), Patai (1982), Mielietinski (1987, 2019), Gotlib (2006), Hutcheon (1991) dentre
outros. São Cristóvão