Relatório
Comicidade nas crônicas machadianas
Registro en:
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Autor
Ferreira, Iasmim Santos
Institución
Resumen
Nosso trabalho parte do estudo da sátira menipéia e da tradição luciânica visando discutir a presença dessas tradições satíricas, que unem o cômico à filosofia, nas crônicas de Machado de Assis. Para tanto, investigamos o gênero discursivo crônica e o seu espaço dentro da produção machadiana. Ancoramo-nos nos estudos críticos de Rouanet (2007), Brandão (2001), Sá Rego (1989), Bakhtin (2010), que recuperam a tradição luciânica e/ou a observam na produção de Machado, além de outros estudos como o de Brayner (1982), o qual dedica-se às crônicas, chegando a considerá-las “o verdadeiro laboratório ficcional” machadiano. Delimitamos como corpus “Os Fanqueiros Literários”, que abre a sessão de crônicas “Aquarelas” (1859), e é definido pelo autor como uma “não sátira em prosa”, portanto, não tem finalidade moral, pelo contrário alinha-se à tradição luciânica que rejeita a moral e aponta o riso como saída. Os fanqueiros são um tipo literário curioso: “uma peculiaridade dos tempos modernos”. Machado faz uma dupla crítica, tanto a fancaria literária quanto às condições e intenções de produção. Para ele é “Fazer do talento uma máquina, e uma máquina de obra grossa, movida pelas probabilidades financeiras do resultado, é perder a dignidade do talento, e o pudor da consciência” (1859, p. 2). Itabaiana, SE