Trabalhos em Eventos
A translinguagem como brecha: práticas de letramento crítico e decolonial no ensino de inglês
Registro en:
OLIVEIRA, P. N. R. A translinguagem como brecha: práticas de letramento crítico e decolonial no ensino de inglês. In: SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA, 6., 2021, São Cristóvão, SE. Anais eletrônicos [...]. São Cristóvão, SE: LINC/UFS, 2021. p. 60-70.
2236-2061
Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)
Autor
Oliveira, Phelippe Nathaniel Ribeiro
Institución
Resumen
Este trabalho apresenta as primeiras reflexões formuladas como parte de nossa
pesquisa de doutorado. Sustentamos que as perspectivas que desafiam noções
essencializadas de língua/linguagem comumente agrupadas pelo prefixo trans- (LEE, 2017)
podem ser entendidas como brechas para o letramento crítico (LANKSHEAR; KNOBEL,
2003; MATTOS, 2013) e uma opção potencialmente decolonial (MIGNOLO, 2018) no
processo de ensino/aprendizagem de inglês. Nossos esforços inserem-se no que Lee e
Dovchin (2019) chamam de virada translinguística: um expressivo movimento de pesquisas
em Linguística Aplicada que se voltam à compreensão de práticas de linguagem marcadas
por hibridação (ROCHA; MACIEL, 2015). Nossa proposta alinha-se, ainda, ao movimento
de ruptura epistêmica defendido por Kumaravadivelu (2012), que nos alerta para a
importância de não nos perdermos em “nós terminológicos” e nos distanciarmos, assim, dos
reais desafios subjacentes à educação linguística, amplificados em tempos de crises como o
atual (JUCÁ; MATTOS, 2021; ROCHA; MACIEL; MORGAN, 2021). Orientados por uma
abordagem qualitativa multimétodos (MORSE, 2003), buscamos tecer os contornos que
práticas translíngues (CANAGARAJAH, 2013) assumem em aulas de inglês de duas séries
do ensino médio de uma escola pública federal. Compartilhamos alguns dos registros feitos
ao longo das quatro fases do primeiro ciclo de nossa PesquisAção (MATTOS, 2004), a saber:
o desenvolvimento de um plano de ação, a ação propriamente dita, a observação dos efeitos
por ela produzidos e posterior reflexão. Propomos, portanto, que mais do que uma
abordagem ou um conjunto de práticas pedagógicas (JASPERS, 2017; GARCÍA;
JOHNSON; SELTZER, 2017), o entendimento de translinguagem como uma brecha
(DUBOC, 2012) nos permite explorar seu potencial decolonial. Entendemos que ambas as
noções sugerem um movimento de ruptura e desestabilização dos discursos e práticas
pedagógicas impregnados de crenças hegemônicas produzidas pela modernidade, que
perpetuam desigualdades e relações assimétricas de poder. São Cristóvão, SE