Dissertação
Avaliação da resposta de monooxigenases à exposição ao repelente DEET em população de Aedes aegypti resistente a inseticidas
Registro en:
PIMENTEL, Antoniele dos Santos. Avaliação da resposta de monooxigenases à exposição ao repelente DEET em população de Aedes aegypti resistente a inseticidas. 2019. 70 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2019.
Autor
Pimentel, Antoniele dos Santos
Institución
Resumen
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Arboviroses transmitidas por vetores representam uma das principais causas de
morbimortalidade humana, entre elas as transmitidas por mosquitos Aedes
aegypti, como a dengue, chikungunya, zika e febre amarela. No Brasil, medidas
de controle vetorial são utilizadas há décadas, principalmente através do uso de
inseticidas. Alternativas convencionais de proteção individual são utilizadas
como formas coadjuvantes para proteção contra esses vetores, entre elas o uso
de repelentes tópicos, como o DEET (N, N-dietil-meta-toluamida). Atualmente, o
DEET é classificado como repelente padrão-ouro devido sua eficácia e tempo de
cobertura, entretanto, seu mecanismo de ação ainda não foi elucidado. Entre as
diferentes vias, estudos tem mostrado uma possível ação do DEET na inibição
de enzimas do complexo P450. O presente estudo teve como objetivo quantificar
a variação de monooxigenases (P450) numa população resistente a inseticidas.
Foram realizados bioensaios com o larvicida temephos, o adulticida deltametrina
e o análogo de hormônio juvenil, pyriproxyfen em amostras de A. aegypti
proveniente do município de Laranjeiras, Sergipe, coletados entre novembro e
dezembro de 2018. Todos os ensaios realizados foram pareados com a linhagem
Rockefeller, padrão de referência para suscetibilidade a inseticidas. Para a
quantificação do grupo heme, os mosquitos foram expostos a DEET (20%),
seguido de intervalo de descanso pós-exposição de 0h, 6h, 12h e 24h. A
população de campo apresentou resistência moderada ao temephos (RR50
5,89), suscetibilidade a ser confirmada ao deltametrina (taxa de mortalidade
>80%), e suscetibilidade ao pyriproxyfen. A quantidade basal de enzimas do
P450 foi maior na população de campo em relação à linhagem de referência.
Esses valores podem ter relação com a elevação da atividade enzimática que
podem estar presentes em populações de campo previamente resistentes a
xenobióticos metabolizados por monooxigenases. Houve variação da
quantidade de P450 ao longo do tempo de observação, independente da
exposição ao DEET. Este estudo relevou que a população de campo apresenta
perfil de resistência a diferentes inseticidas, quantidade basal elevada de P450
que varia ao longo do tempo, independente do repelente, no entanto de forma
mais acelerada que na linhagem Rockefeller. São Cristóvão