Dissertação
Os “cantos” indígenas de Eliane Potiguara e de Graça Graúna
Registro en:
SANTOS, Rosivânia dos. Os “cantos” indígenas de Eliane Potiguara e de Graça Graúna. 2020. 133 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2020.
Autor
Santos, Rosivânia dos
Institución
Resumen
This study intends to analyze Eliane Potiguara’ s ethnopoetics, in her work Metade cara,
metade máscara (2004), and Grace Graúna’s ethnopoetics, in her works Canto Mestizo (1999)
and Tear da palavra (2007), evaluating how the poetic language mechanisms of both
contribute to the reaffirmation of indigenous identities and how they show alterity. The
research also aims to do an overview of contemporary Brazilian indigenous literature,
examining the concepts, function and the writer’s role, adding to this it seeks to do a survey of
authors and works and, also, to discuss about indigenous women activism in literature and
languages. The choice for Potiguara and Graúna's poems as an object of study was realized
because there is an aesthetic and particular richness preponderant in their ethnopoetics,
besides believing that bringing indigenous works to debate in the academic space would be a
way of contribute to the visibility and reverberation of these silenced voices, thus
collaborating with the construction of a decolonial thought. About the methodology, this is an
activist and interventionist research. To deal with indigenous literature, the work is based on
Maria Inês de Almeida (2009), Janice Thiel (2012), Daniel Munduruku (2004, 2006, 2008,
2012a, 2012b, 2013, 2018a, 2018b, 2019), Graça Graúna (2013, 2014, 2015), Rita Olivieri Godet (2017a, 2017b), Márcia Kambeba (2018a, 2018b), Cristino Wapichana (2012, 2018)
and Julie Dorrico’s studies (2018). Zilá Bernd (1992) and Manuel Castells’ studies (1999)
contribute to the approaches about identity and alterity. As this investigation results, it can be
noticed the elements that particularize indigenous ethnopoetics are not yet recognized in the
way they should be due to lack of studies and dissemination; it was also possible to note that
some research, conducted in native literature area, are still conceived from the perception of a
Western poetic, making it impossible to access the ancestral people’s cosmogonic cultural
territory. Este estudo busca analisar as etnopoéticas de Eliane Potiguara, em sua obra Metade cara,
metade máscara (2004), e de Graça Graúna, em suas obras Canto Mestizo (1999) e Tear da
Palavra (2007), avaliando de que forma os mecanismos da linguagem poética de ambas
contribuem para a reafirmação das identidades indígenas e de que forma evidenciam
alteridades. A investigação tem por objetivo também tecer um panorama sobre a literatura
indígena brasileira contemporânea, examinando os conceitos, a função e o papel do escritor,
além de somar-se a isso fazer um levantamento de autores e obras e, ainda, abordar sobre o
ativismo das mulheres indígenas nas Letras. A opção pelos poemas de Potiguara e Graúna
como objeto de estudo se deu por se perceber que há uma riqueza estética e particular
preponderante em suas etnopoéticas, além de se acreditar que trazer as obras indígenas para o
debate no espaço acadêmico seria uma maneira de contribuir para a visibilidade e a
reverberação dessas vozes silenciadas, colaborando, assim, com a construção de um
pensamento decolonial. Acerca da metodologia, trata-se de uma pesquisa ativista e
intervencionista. Para tratar da literatura indígena, o trabalho fundamenta-se em estudos de
Maria Inês de Almeida (2009), Janice Thiel (2012), Daniel Munduruku (2004, 2006, 2008,
2012a, 2012b, 2013, 2018a, 2018b, 2019), Graça Graúna (2013, 2014, 2015), Rita Olivieri Godet (2017a, 2017b), Márcia Kambeba (2018a, 2018b), Cristino Wapichana (2012, 2018) e
Julie Dorrico (2018). Contribuem para as abordagens referentes à identidade e à alteridade
estudos de Zilá Bernd (1992) e Manuel Castells (1999). Como resultado desta investigação,
percebe-se que os elementos que particularizam as etnopoéticas indígenas ainda não são
reconhecidos da forma que deveriam ser por falta de estudos e divulgação; foi possível notar
também que algumas pesquisas realizadas na área de literatura nativa ainda são concebidas
partindo da percepção de uma poética ocidental, impossibilitando o acesso ao território
cultural cosmogônico dos povos ancestrais. São Cristóvão