Dissertação
Uma leitura histórico-social do abandono em O sino e a rosa, de Alina Paim
Registro en:
OLIVEIRA, Michelle Pereira de. Uma leitura histórico-social do abandono em O sino e a rosa, de Alina Paim. 2019. 113 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2019.
Autor
Oliveira, Michelle Pereira de
Institución
Resumen
The practice of child abandonment dates back to ancient times, and for many years
children were considered as being inferior to adults since their vulnerability would turn
them in one of the main victims of mortality, which in a certain way led many families
to a recurrent predisposition to let go of them. Concerning Brazil, child abandonment is
one of many other social problems that persevere until nowadays, which contrasts with
the title “developing country” (given its economic potential). Considering these aspects,
the present research sought to trace a historical and social portrait of abandonment,
having as object the text “O sino e a rosa” (1965) by the Brazilian writer Alina Paim.
We seek to establish a dialogue between literature and society, starting from the
assumption that literature is an instrument of self-consciousness and criticism to man
and, in this way, we conceive Art as a mechanism that clarifies our overview on social
problems, helping us to reflect, question and position ourselves on this kind of issues.
Thus, we understand that the mentioned Mrs. Paim’s text reveals the issue of child
abandonment when reporting the pain suffered by the character Catherine – a girl left in
a baby hatch and supported by a religious institution. For this understanding, the
following authors have served as theoretical contributions: J. Derrida (2014), M.
Foucault (1996), F. Engels (1984), O. Ianni (1999), M. Priori (1996), G. Bachelard
(1979), among others; besides A. Bosi (1995) and A. Candido (2006) who illuminated
the perspective adopted in this work. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES A prática do abandono de menores remonta desde à Antiguidade e durante muitos anos
a criança foi considerada como um ser inferior ao adulto, visto que sua vulnerabilidade
tornava-a uma das principais vítimas da mortalidade, o que de certo modo levava
muitas famílias a uma recorrente predisposição para desapegar-se delas. No que tange
ao Brasil, a questão do abandono infantil se configura como uma entre tantas outras
problemáticas sociais que resiste até os dias atuais, o que contrasta com o título de país
em desenvolvimento (dado seu potencial econômico). Considerando esses aspectos, a
presente pesquisa buscou traçar uma leitura histórica e social do abandono, tendo como
objeto a obra O sino e a rosa (1965), da escritora brasileira Alina Paim. Procuramos
estabelecer um diálogo entre literatura e sociedade, partindo do pressuposto de que a
literatura torna-se um instrumento de autoconsciência e criticidade ao homem, e nesse
sentido concebemos a arte como um mecanismo que clarea a nossa visão acerca dos
problemas sociais, ajudando-nos a refletir, questionar e nos posicionar sobre estes.
Assim, compreendemos que a presente Obra de Paim descortina a questão do
abandono infantil ao relatar a dor da personagem Catarina, menina deixada na Roda
dos Expostos e amparada por uma Instituição Religiosa. Para tal compreensão nos
serviram como aportes teóricos os seguintes autores: A. Candido (2006), Marcilio
(1998), Aries (1978), J. Derrida (2014), M. Foucault (1996), F. Engels (1984), O. Ianni
(1999), M. Priori (1996), G. Bachelard (1979), A. Bosi (1995) entre outros que
iluminaram a perspectiva adotada neste trabalho. São Cristóvão, SE