Monografia
Direito à verdade e à memória em 1984 de George Orwell e em Engenharia Reversa (Black Mirror) : uma análise na perspectiva dos Direitos Humanos, à luz do pensamento de Hannah Arendt
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MORAES, Alexia de Oliveira. Direito à verdade e à memória em 1984 de George Orwell e em Engenharia Reversa (Black Mirror) : uma análise na perspectiva dos Direitos Humanos, à luz do pensamento de Hannah Arendt. São Cristóvão, SE, 2019. Monografia (graduação em Direito) – Departamento de Direito, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2019.
Autor
Moraes, Alexia de Oliveira
Institución
Resumen
The objective of the present work was to investigate the link between the violation of the right to truth and memory and the loss of the “right to have rights” in the book 1984, written by George Orwell, and also in the episode Men against fire, from the Black Mirror series, from the studies of the German political scientist Hannah Arendt on human rights, especially when it comes to the condition of the stateless persons, the totalitarians regimes’ tools of reality distortion and the necessity of an applicability of the Human Rights conditioned only on the human condition. Therefore, some of the mechanisms used by the totalitarian regimes in order to manipulate the facts and to make their narratives legitimate – which can lead to the loss of the “right to have rights” of the groups considered enemies – where also analyzed, from the studies made by Hannah Arendt on the third part of her book The origins of totalitarianism. Thus, from the frauds perpetrated in the “Ministry of Truth”, one of the main structures of the government in 1984, and from the reality distortions made by an technological implant in the soldiers in the episode Men Against Fire, the relation between the violation of the right to truth and memory in both works and the loss of the “right to have rights” of the “unpeople” and the “cockroaches”, in the book and in the episode, respectively. Studying Law together with Literature and Cinema – which includes the series – allows not only the jurist, but also the reader/spectator to enlarge their horizons, to understand Law’s complex themes and also to find better solutions to problems that, without the perspectives given by the Literature and the Cinema, could not be found. Este trabalho teve como objetivo averiguar a existência de uma relação entre a violação ao direito à verdade, à memória e a perda do “direito a ter direitos” no livro 1984, de George Orwell, e no episódio Engenharia Reversa, da série Black Mirror, a partir dos estudos da cientista política alemã Hannah Arendt sobre direitos humanos, sobretudo no que respeita à análise da condição dos apátridas, às ferramentas de distorção dos fatos utilizadas pelos regimes totalitários e à necessidade de não se condicionar a aplicabilidade dos direitos humanos a qualquer outra coisa que não seja a condição humana. Neste sentido, foram analisados alguns dos mecanismos de manipulação da realidade de que se utilizam governos totalitários, de maneira a legitimar suas narrativas – o que pode gerar a perda do “direito a ter direitos” de grupos considerados inimigos –, partindo-se da análise realizada por Hannah Arendt na parte III de sua obra Origens do totalitarismo. Desta forma, a partir das fraudes perpetradas no “Ministério da Verdade” – uma das estruturas centrais do governo no livro 1984 –, e da distorção da realidade operada por um dispositivo tecnológico implantado nos soldados do episódio Engenharia Reversa, procurou-se analisar a relação entre a violação do direito à verdade e à memória nas duas obras e a perda do “direito a ter direitos” por parte das “despessoas” e das “baratas”, no livro e no episódio, respectivamente. O estudo do direito associado à literatura e ao cinema – incluindo-se neste último as séries –, desta forma, a partir da ampliação dos horizontes do jurista, bem como dos demais leitores/espectadores, permite a compreensão de temas complexos do direito e a discussão a respeito de soluções adequadas aos problemas postos que, sem a interação com a literatura e o cinema, à ciência jurídica, isolada, talvez não fosse possível alcançar. São Cristóvão, SE
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