Monografia
Inovação tecnológica em obras de mitigação dos efeitos da seca no semiárido nordestino
Registro en:
CABRAL, Saulo Almeida. Inovação tecnológica em obras de mitigação dos efeitos da seca no semiárido nordestino. São Cristóvão, SE, 2014. Monografia (Bacharelado em Engenharia de Pesca e Aquicultura) - Departamento de Engenharia de Pesca e Aquicultura, Centro de Ciências Agrárias e Aplicadas, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014
Autor
Cabral, Saulo Almeida
Institución
Resumen
O conceito de seca, ou estiagem, pode ser resumido simplesmente como um período constante e duradouro de falta de chuvas, mas de acordo com Olapido, (1985), a seca pode ser dividida em 4 subsecções com suas especificações, sendo elas meteorológicas, hidrológicas, agrícolas, e econômicas. A meteorológica sendo considerada simplesmente a escassez da precipitação ou sua precipitação abaixo das estimativas, a hidrológica e a agrícola sendo consideradas efeitos colaterais da seca meteorológica, respectivamente representadas como a baixa dos níveis dos rios, reservatórios e corpos de água superficiais, e a insuficiência dos valores de umidade do solo para com as necessidades das plantas e cultivos. A seca econômica seria uma derivada dos tipos de secas já apresentadas acima, sendo considerada os efeitos da seca quando esta induz a falta de algum bem ou serviço, devido ao volume inadequado de água a disposição, sendo por conta da má distribuição das chuvas durante os períodos de estiagem, o aumento desordenado da demanda por água em uma região, ou simplesmente por mau gerenciamento dos recursos hídricos a disposição de uma região. É com foco neste tipo de seca que esta monografia foi idealizada, baseando-se no fato de que a gestão dos recursos hídricos pode ser considerada como algo de vital importância para o bem estar, tanto social, quanto econômico, para uma população. A tecnologia pode ser definida como a capacidade de gerir recursos de maneira ordenada em prol da resolução de um problema, e a seca pode ser considerada como um problema que atinge cerca de 17 milhões de pessoas no Nordeste brasileiro (IBGE, 2010), agravando-se ao ser ciente que 10 milhões destes sofrem de fome e sede graças as estiagens recorrentes no nordeste. Os gestores públicos tem uma longa história de combate à seca no país, vindas desde os primeiros açudes construídos desde a época imperial, até as comissões de bacias e o próprio DNOCS nos dias atuais, mas pouco foi alterado no uso das tecnologias desde aqueles dias, sendo isto um alarme para o início das mudanças de paradigmas. A disponibilidade de água é apenas o começo do problema apresentado pela seca econômica, pois além da água estar em um volume necessário, ela precisa apresentar parâmetros de qualidades compatíveis com sua utilização, ou seja, não adianta apenas captar, transportar e armazenar a água, mas se faz necessário o tratamento adequado desta água para os fins a qual ela esteja designada (CONAMA,2009). Outro detalhe que necessita de instrução é a utilização consciente e ordenada desta água, metodologias erradas de irrigação e o uso de componentes tóxicos que possam comprometer os corpos de água podem acabar diminuindo a distribuição de água de qualidade para as populações tanto quanto os efeitos da estiagem. Este projeto tem em vista o objetivo de tornar-se um manual técnico de instrução, uma ferramenta de apoio aos gestores, públicos ou privados, governamentais ou não governamentais, com fins de aplicar, ou renovar, as tecnologias de mitigação aos efeitos dos períodos de estiagem em suas respectivas jurisdições, haja visto que a atual tecnologia se faz obsoleta ou muito atrasada, em muitos dos municípios que estão situados na zona de semiárido, algumas destas já com o alerta de desertificação. O manual será voltado em três vertentes distintas, a primeira voltada para a geografia e geologia das áreas de semiárido, a segunda com foco na história das obras de mitigação e convivência com a seca, e por último uma lista de metodologias e instrumentos capazes de auxiliar na disponibilidade de água de uma maneira ordenada, consciente e sustentável, para os fins que lhe forem julgado necessário São Cristóvão, SE