Bacillus thuringiensis is a Gram-positive non-pathogenic spore-forming bacterium found in different habitats such as soils, plants, dead insects and marine sediments. This bacterium is the producer of several types of secondary metabolites with toxic activity, among them are the crystals of δ-endotoxin produced during sporulation. These proteins are called insecticidal crystal proteins (ICPs) and are distributed in two families: Cry and Cyt. Cry presents toxicity to a wide range of invertebrate organisms and also human cancer cells. B. thuringiensis is thus widely used as a bioinsecticide. Protozoa represent one of the target groups of these toxins, but with studies still scarce. The protozoan Acanthamoeba castellanii is a free-living amoeba, potentially pathogenic and causes diseases such as amoebic keratitis and granulomatous encephalitis amoebic, an illness difficult to diagnose and without specific drugs. This work aimed to isolate strains of B. thuringiensis from the soil and to characterize the Cry toxins encoded by them through toxicity tests against A. castellanii trophozoites. A total of 15 soil samples from different regions of the state were collected, and 150 bacillus like isolates were selected based on their morphological characteristics.After the analysis under microscope, 75 strains withgreater sporulation and presence of parasporal proteins were selected for bioassay. A total of three isolates 66, 69 and 75, showed high amebicidal activity against A. castellanii. After 48 h of interaction between protein and protozoa, the samples presented between 96.24 and 97.8% of cell death in the concentrations of 50 - 100 μg / mL. Under these conditions, the isolates presented IC50 values of 4.1, 4.35 and 8.3 μg/mL, respectively. Our results show that these proteins from B. thuringiensis exerts an amebicidal effect on trophozoites of A. castellanii. However it is necessary to carry out more specific studies so that these toxins can be used as medicine.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESBacillus thuringiensis é uma bactéria Gram-positivo não-patogênica formadora de esporos encontrada em diferentes habitats como solos, plantas, insetos mortos e sedimentos marinhos. Esta bactéria é produtora de diversos tipos de metabólitos secundários com atividade tóxica, dentre eles os cristais de proteínas δendotoxinas produzidas durante a esporulação. Essas proteínas são denominadas cristais de proteínas inseticidas (insecticidal crystal proteins - ICPs) e são distribuídas em duas famílias: Cry e Cyt. As Cry apresentam toxicidade para uma ampla gama de organismos invertebrados e células humanas cancerígenas; sendo assim, o B. thuringiensis é amplamente utilizado como bioinseticida. Os protozoários representam um dos grupos-alvo destas toxinas, porém com estudos ainda escassos. O protozoário Acanthamoeba castellanii é uma ameba de vida livre, potencialmente patogênica e que ocasiona doenças como a ceratite amebiana e a encefalite amebiana granulomatosa, enfermidade de difícil diagnóstico e sem medicamentos específicos. Este trabalho objetivou isolar cepas de B. thuringiensis do solo e caracterizar as toxinas Cry através de ensaios de toxicidade sobre trofozoítos de A. castellanii. Foram obtidas 15 amostras de solo de diferentes regiões do nordeste brasileiro, cultivado e separado em 150 isolados que foram selecionados a partir das características morfológicas das colônias. Após as análises das lâminas foram selecionadas 75 isolados de maior esporulação e presença de proteínas para o ensaio de toxicidade. Um total de três isolados, 66, 69 e 75, apresentaram atividade amebicida sobre à A. castellanii. Após 48 h de interação entre proteína e protozoário, as amostras apresentaram entre 96,2 a 97,8% de morte celular nas concentrações de 50 a 100 µg/mL. Nestas condições, os isolados apresentaram valores de IC50 de 4.1, 4.35 e 8.3 µg/mL, respectivamente. As proteínas de B. thuringiensis exerceram um efeito amebicida sobre trofozoítos de A. castellanii, no entanto, faz-se necessária a realização de estudos mais específicos, assim como teste de citotoxicidade para células de mamíferos, para que estas toxinas venham a ser utilizadas como medicamento.São Cristóvão