Trabalhos em Eventos
Características sociodemográficas e risco para doenças sexualmente transmissíveis entre mulheres atendidas na atenção básica
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Autor
Santos, Lincoln Vitor
Inagaki, Ana Dorcas de Melo
Abud, Ana Cristina Freire
Ribeiro, Caíque Jordan Nunes
Oliveira, Maria Ilda Alves de
Institución
Resumen
Introdução: Um dos objetivos da política de Saúde da Mulher é a prevenção e diagnóstico precoce das doenças sexualmente transmissíveis e do câncer de colo do útero. Para isso é necessário realizar planejamento das ações públicas para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo indispensável compreender suas características sociodemográficas e suas
necessidades. Desta forma, torna-se necessária a realização de estudos acerca do assunto, considerando que a pesquisa favorece o conhecimento com produção de literatura atual, permite a identificação das necessidades e prioridades das usuárias assistidas e dá embasamento ao planejamento das ações de promoção e proteção da saúde. Objetivo: Traçar o perfil sociodemográfico de mulheres que realizaram exame ginecológico em uma unidade de saúde da família e levantar os fatores de risco desta população para as DST. Método: Estudo retrospectivo, descritivo, transversal, com
abordagem quantitativa. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética, CAAE 01174612.3.0000.0058. Fizeram parte da amostra 343 mulheres que foram submetidas ao exame clínico-ginecológico durante o período de janeiro de 2009 a junho de 2012, cujo registro do exame constava em seus prontuários. Resultados: A análise estatística dos dados mostrou que estas
mulheres estavam na faixa etária de 25-59 anos (77,0%), possuíam escolaridade baixa (30,0%), não exerciam atividade remunerada (20,0%) e buscaram o serviço de saúde somente quando houve queixa ginecológica
(79,6%). As principais queixas relatadas foram corrimentos vaginais com ou sem prurido, odor e dor, além de lesões, dispareunia, sangramento ou alterações do ciclo menstrual. Verificou-se que o número de mulheres com 3 ou mais filhos foi alto, aproximadamente 30,0% da amostra, incluindo
pacientes que já engravidaram oito, nove e até dez vezes. Todas as pacientes que declararam possuir múltiplos parceiros sexuais negaram o uso do condom. Os principais fatores de risco para DST e câncer cervical observados neste estudo foram a não utilização de preservativo, a não realização dos exames clínico-ginecológico e citopatológico rotineiramente, associado à
utilização do anticoncepcional hormonal. Fatores de risco como tabagismo, etilismo e história familiar ou pessoal pregressa foram pouco mencionadas. Discussão: A maioria das mulheres encontrava-se na faixa etária para a qual existe a recomendação do Ministério da Saúde de realização do exame periódico de Papanicolaou. Associado à baixa escolaridade observa-se a não realização de atividade remunerada ou a baixa remuneração, corroborando diversos outros estudos realizados com a clientela do SUS no Estado de Sergipe. Adicionalmente, observa-se que estas mulheres somente procuram assistência à saúde quando apresentam sintomas e/ou queixas, além de não utilizarem o preservativo. Conclusão: A população estudada apresenta alto risco de adquirir DST, HIV e câncer de colo do útero, o que reforça a necessidade de planejar ações educativas voltadas a este público. Os
enfermeiros de saúde da família precisam ser sensibilizados para a necessidade de uma entrevista completa prévia ao exame citopatológico, para que possam identificar precocemente situações de vulnerabilidade da mulher e intervir de modo resolutivo e em tempo hábil.