Dissertação
Análise espacial e temporal da esquistossomose mansoni e sua associação com determinantes sociais da saúde no estado de Sergipe, nordeste do Brasil
Spatial and temporal analysis of schistosomiasis mansoni and its association with social determinants of health in the state of Sergipe, northeast Brazil
Registro en:
JESUS, Damyres Menezes Santos de. Análise espacial e temporal da esquistossomose mansoni e sua associação com determinantes sociais da saúde no estado de Sergipe, nordeste do Brasil. 2020. 69 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2020.
Autor
Jesus, Damyres Menezes Santos de
Institución
Resumen
Schistosomiasis mansoni is a parasitic disease with wide distribution worldwide. In Brazil,
it is a serious public health problem and Sergipe is one of the states with the highest
prevalence. Several factors can contribute to its transmission and the Social Determinants of
Health (SDH) influence the occurrence of risk factors in the population. It is essential to
assess which SDH are associated with the transmission of schistosomiasis in Sergipe, in
addition to spatially characterizing the entire state, in order to identify the municipalities that
require more attention. The aim of the study was to analyze the positivity rates of
schistosomiasis mansoni and its association with social determinants of health in Sergipe,
Northeast Brazil. The study is an ecological of time series type with a spatial approach, using
the municipalities as the unit of analysis. Epidemiological data were collected from the
Schistosomiasis Control Program [Programa de Controle da Esquistossomose (PCE)], from
2008 to 2017. Socioeconomic and environmental variables were collected from the Brazilian
Institute of Geography and Statistics [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE)], digitally. Descriptive data were tabulated and analyzed in Microsoft Excel 2013.
Linear regression analyzes were performed to explain the association of SDH in relation to
the positivity of schistosomiasis by the BioEstat program. To calculate the temporal trend,
the JoinPoint Regression Program was used. Spatial analysis was performed using the Kernel
estimator per centroid and the Moran Global and Local Indices, using the TerraView
program. The number of municipalities registered annually varied, with 2011 having the
highest number (42) and 2017 having the lowest number (26). 646,088 tests were performed
and a total of 54,541 were positive for the presence of the Schistosoma mansoni egg, totaling
a positivity of 8.4% in Sergipe. The greatest positivity occurred in 2008 (10.5%) and the
lowest in 2014 (6.4%). Most cases had a low intensity of infection (69.1%) and most of the
endemic municipalities were found to be in the middle range of positivity (5 to 15%). The
temporal analysis of schistosomiasis positivity showed a decreasing trend (APC = -3.68; CI
= -6.0 to -1.3; p <0.05). The areas with the highest density of infected people were the coastal
region of the state, with the highest concentration in the south. The variables demographic
density, MHDI, GDP per capita, illiteracy rate and Gini Index together explained the
occurrence of the positivity rate. The Moran Indices showed that all variables analyzed
showed positive spatial autocorrelation, except for households with sewage, GDP per capita
and rural population. The malacological investigation was not recorded regularly and only
nine municipalities provided information. There were records of Biomphalaria glabrata and
B. straminea in the state, the majority of the first specie. Therefore, Sergipe showed a high
rate of positivity, with a decreasing trend and positive spatial autocorrelation, and there are
DSS associated with schistosomiasis, which should be analyzed for prevention strategies. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária de ampla distribuição mundial. No
Brasil, é um grave problema de saúde pública e Sergipe é um dos estados com maior
prevalência. Diversos fatores podem contribuir em sua transmissão e os Determinantes
Sociais da Saúde (DSS) influenciam a ocorrência de fatores de risco na população. É
essencial avaliar quais DSS estão associados com a transmissão da esquistossomose em
Sergipe, além de caracterizar espacialmente todo o estado, para assim identificar os
municípios que requerem maior atenção. O objetivo do estudo foi analisar a taxa de
positividade da esquistossomose mansoni e sua associação com determinantes sociais da
saúde em Sergipe, nordeste do Brasil. O estudo é do tipo ecológico de série temporal com
abordagem espacial, utilizando os municípios como unidades de análise. Os dados
epidemiológicos foram coletados do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), no
período de 2008 a 2017. As variáveis socioeconômicas e ambientais foram coletadas do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio digital. Os dados descritivos
foram tabulados e analisados no Microsoft Excel 2013. Foram realizadas análises de
regressão linear para explicar a associação dos DSS em relação à positividade da
esquistossomose pelo programa BioEstat. Para o cálculo da tendência temporal, foi utilizado
o Programa de Regressão JoinPoint. A análise espacial foi realizada por meio do estimador
de Kernel por centroide e dos Índices de Moran Global e Local, através do programa
TerraView. A quantidade de municípios registrados anualmente apresentou variações, sendo
o ano de 2011 o que teve o maior número (42) e o ano de 2017 o que teve o menor número
(26). Foram realizados 646.088 exames e um total de 54.541 foram positivos para a presença
do ovo de Schistosoma mansoni, totalizando uma positividade de 8,4% em Sergipe. A maior
positividade ocorreu no ano de 2008 (10,5%) e a menor no ano de 2014 (6,4%). A maioria
dos casos apresentou baixa intensidade de infecção (69,1%) e a maioria dos municípios
endêmicos encontrou-se na faixa intermediária de positividade (5 a 15%). A análise temporal
da positividade de esquistossomose apresentou uma tendência decrescente (APC= -3,68;
IC= -6,0 a -1,3; p<0,05). As áreas com maior densidade de pessoas infectadas foram na
região litorânea do estado, com maior concentração no sul. As variáveis densidade
demográfica, IDHM, PIB per capita, taxa de analfabetismo e Índice de Gini explicaram
conjuntamente a ocorrência da taxa de positividade. Os Índices de Moran mostraram que
todas as variáveis analisadas apresentaram autocorrelação espacial positiva, exceto
domicílios com esgotamento sanitário, PIB per capita e população rural. A investigação
malacológica não foi registrada regularmente e apenas nove municípios forneceram
informações. Houve registros de Biomphalaria glabrata e B. straminea no estado, sendo a
maioria da primeira espécie. Portanto, Sergipe apresentou uma alta taxa de positividade, com
tendência decrescente e autocorrelação espacial positiva, e há DSS associados com a
esquistossomose, que devem ser analisados para estratégias de prevenção. São Cristóvão