Tese
Novos territórios da energia eólica no Brasil : apropriações e conflitos
Registro en:
COSTA, Vanessa Santos. Novos territórios da energia eólica no Brasil : apropriações e conflitos. 2019. 284 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2019.
Autor
Costa, Vanessa Santos
Institución
Resumen
The electrical energy is one of the most relevant inputs for the economic and social
development. However, one-third of the world’s population doesn’t have acess to electricity,
in the search to meet this need and the fast growth of the consumption, the renewable
electrical sources had presented their selves, since the 1970s crisis as a solution. The
awareness about the enviromental preservetion has pointed to the need for energy generation
that surpasses the demand without affection polution. This research highlights the wind
energy because it is considered one of the least pollution renewable sources. This research is
build on the knowlegde of how the development of wind companies in Brazil leads to
network territories that stablish relations, conections and links the persons and the indivuduals
involved with social-spatial of multiscalar appropriations and conflicts. This analysis enabled
the understand of the “new” configuration of the geografic space by the verticality and
horizotality networks,that beacuse it is connected with fixed and flow (materials and
immaterial) allows its ligament with several points, by the techniques and technology, by the
financial system, transport system,that in this case, helps us in the analysis of the development
of wind companies. We take as methodological path the qualitative research performed by
bibliographic and documentary surveys, field diary and field work in Sergipe, Ceará and
Bahia,with interviews beeing made and survey in newspapers and social medias.In the
analysis of the social-spatiality of wind farms in the country we used a matrix with data from
the Wind Energy Brazil Association who quantifies 583 wind farms in Brazil from 1995 to
December 2018, distributed among south, southeast and northeast regions. Numerically wind
farms are concentrated at Rio Grande Do Norte’s coast, but, the greatest potential generator is
still in progress, it is at Bahia’s southwest, at the arid region with the altimetry benefits of
Chapada Diamantina. This will not only be the bigger wind farms of our country, but also
from Latin America. About the capital employed for the implement of these enterprises, it
seems that there is a partnership between foreing money, mostily from spain tecnology, with
local companies and medium-sized companies. e also evidenced that the wind energy policy
in Brazil was consolidated by actions of the regulatory institutions linked to the sector and by
the effective participation of banks that fomented and financed the installation of the projects,
which contributed to broaden the energy scenario. However, we observe the process of
expansion of the sector through market opening with the effective participation of
multinationals to the detriment of possible advances in research, technological development
and installation of national parks. With regard to environmental licensing, we found it to be a
watershed for the progress of project implementation. Therefore, there should be a more
careful planning of the actions taken by the agencies to protect the environment from impacts
on nature and greater participation of the surrounding communities so that they can participate
in decisions to receive more effective and consistent benefits. your reality. We also observed
that the disposition of the networks in the territories generate new landscapes through the
insertion of the good winds of Brazil, as well as the experiences, experiences and
relationships of the actors and subjects inserted in this process. We find that no form of
energy generation is totally clean, with a certain degree of environmental impact whatever the
source and that the network territories, which are made and remade in appropriations and
conflicts. A energia elétrica é um dos insumos mais relevantes para o desenvolvimento econômico e
social. Contudo, um terço da população mundial não possui acesso à eletricidade e, na busca
de atender essa carência e ao rápido crescimento do consumo mundial, as fontes energéticas
renováveis apresentaram-se, como uma das soluções, sobretudo após a crise de 1970. A
consciência da preservação ambiental chamou atenção para a necessidade da geração de
energia que suprisse a demanda sem incidir poluição. O presente estudo destaca a energia
eólica por ser considerada uma das fontes renováveis menos poluentes. Esta tese tem como
objetivo geral compreender como a implantação de empreendimentos eólicos no Brasil gera
territórios-rede que estabelecem relações, conexões e ligações entre os atores e os sujeitos
envolvidos com rebatimentos socioespaciais de apropriações e conflitos multiescalares. A
análise possibilitou entender a “nova” configuração do espaço geográfico pelas redes de
verticalidade e horizontalidade, que por estar conectado com fixos e fluxos (materiais e
imateriais) permitem o seu ligamento com diversos pontos, seja pelas técnicas e tecnologias,
seja no sistema financeiro, sistemas de transportes, que nesse caso, nos auxilia na análise da
implantação de empreendimentos eólicos. Tomamos como caminho metodológico a pesquisa
qualitativa executada por levantamentos bibliográfico e documental, diário de campo e
trabalho de campo em Sergipe, Ceará e Bahia, com aplicação de entrevistas e levantamento de
matérias em jornais e mídias digitais. Na análise da socioespacialidade dos parques eólicos no
país utilizamos uma matriz com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica que situa e
qualifica 583 parques eólicos instalados no Brasil de 1998 a dezembro de 2018, distribuídos
pelas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Numericamente os parques eólicos concentram no
litoral do Rio Grande do Norte, porém, o maior potencial gerador, ainda em fase de
implantação localiza-se no Sudoeste da Bahia, na região do semiárido com os benefícios de
altimetria da Chapada Diamantina. Este será o maior parque eólico não apenas do nosso país,
mas também da América Latina. Quanto ao capital empregado para implantação desses
empreendimentos constata-se que há uma parceira entre capital estrangeiro, com predomínio
de tecnologia espanhola, com empresas locais e de médio porte. Evidenciamos também que a
política de energia eólica no Brasil foi consolidada por ações das instituições reguladoras
vinculadas ao setor e pela participação efetiva de bancos que fomentaram e financiaram a
instalação dos empreendimentos o que contribuiu para ampliar o cenário energético.
Entretanto, observamos o processo de ampliação do setor pela abertura de mercado com a
efetiva participação de multinacionais em detrimento dos possíveis avanços em pesquisa,
desenvolvimento tecnológico e instalação de parques nacionais. No tocante ao licenciamento
ambiental verificamos ser um divisor de águas para o andamento da execução do projeto.
Sendo assim, deve haver um planejamento mais criterioso das ações tomadas pelos órgãos no
sentido de proteger o meio ambiente dos impactos causados na natureza e que haja maior
participação das comunidades de entorno para que elas possam participar das decisões receber
benefícios mais eficazes e condizentes com a sua realidade. Observamos também que a
disposição das redes nos territórios geram novas paisagens pela inserção dos bons ventos do
Brasil, bem como, as vivências, experiências e relações dos atores e sujeitos inseridos nesse
processo. Constatamos que nenhuma forma de geração de energia é totalmente limpa, com
certo grau de impacto ambiental qualquer que seja a fonte e que os territórios-redes, que se
fazem e se refazem em apropriações e conflitos. São Cristóvão, SE