Apresentação
Tchibum! Chegou na UFS Lagarto, fisioterapia aquática para quem precisa
Autor
Santana, Ingryd Mary Prata
Santana, Ingrid Nascimento
Lima, Bianca Araújo
Santos, Bruna Ellen Sales
Andrade, Ially Fraga Batista
Reis, Maria Franciele Santana dos
Institución
Resumen
Introdução: A Fisioterapia Aquática é uma especialidade da fisioterapia (RESOLUÇÃO Nº 443, DE 3 DE SETEMBRO DE 2014, COFFITO) (1). A especialidade Fisioterapia Aquática consiste na utilização da água nos diversos ambientes e contextos, em quaisquer dos seus estados físicos, para fins de atuação do fisioterapeuta no âmbito da hidroterapia, hidrocinesioterapia, balneoterapia, crenoterapia, cromoterapia, termalismo, duchas, compressas, vaporização/inalação, crioterapia e talassoterapia. Sendo que no projetoTchibum, a Fisioterapia Aquática utilizada foi por imersão em piscina terapêutica. Na UFS-Campus Lagarto existe uma piscina terapêutica, aquecida e adaptada de acordo com as normas ABNT, que foi usada durante esse projeto. Os benefícios de realizar um tratamento fisioterapêutico na piscina são inúmeros, as propriedades físicas e hidrodinâmicas da água possibilitam exercícios sem impacto, treino de equilíbrio com segurança, fortalecimento muscular, aumento de performance cardiovascular, tudo isso com fácil acesso do fisioterapeuta para realizar manuseios no corpo do paciente devido a flutuação. Existem evidências científicas que a fisioterapia aquática aumenta a aderência dos pacientes ao tratamento fisioterapêutico e proporciona melhora na participação social (2). Diversas condições clínicas (neurológicas, ortopédicas, cardiorrespiratórias, angiológicas, etc) podem realizar e obter benefícios no tratamento com Fisioterapia Aquática (3-5).
Objetivo: Este projeto de extensão teve como objetivo oferecer tratamento fisioterapêutico aquático de qualidade em piscina terapêutica para toda comunidade interna da UFS Lagarto e do município de Lagarto. Esse projeto foi possível de ser executado através do treino de alunos (bolsistas e voluntários) por fisioterapeutas experientes e especializados em Fisioterapia Aquática (coordenadora e coordenadora adjunta) e supervisão contínua de duas fisioterapeutas que acompanharam os atendimentos durante toda duração do projeto. Os casos clínicos eram sempre discutidos pela equipe do projeto e ocasionalmente com a participação do paciente ou seus responsáveis, visando a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão.
Metodologia: Para a realização do projeto foram recrutados e selecionados através de prova, alunos (bolsistas e voluntários), que estavam terminando o terceiro ano de fisioterapia e já estudaram a Fisioterapia Aquática e disciplinas de fisioterapia aplicada. Durante o mês de abril e início de maio 2019, os alunos foram capacitados com aulas práticas em princípios de avaliação e tratamento da fisioterapia aquática. Sendo as primeiras avaliações e primeiros tratamentos feitos todos em conjunto com a coordenadora do projeto. Os tratamentos aconteceram todas as quartas-feiras, das 8h as 17h. Os participantes/pacientes foram servidores, docentes, discentes e pacientes provenientes da comunidade externa da UFS Lagarto, com patologias variadas ou apenas para prevenção de problemas osteomusculares (grupo da equipe técnica da limpeza da UFS-Lagarto). Cada tratamento tem duração de uma hora, todos os tratamentos são individuais consistindo de um aluno-fisioterapeuta para cada paciente. Na piscina podem ser tratados 4-5 pacientes, logo atendemos em média 32 a 40 pacientes por quarta-feira. Os pacientes foram selecionados pela gravidade da condição clínica e os benefícios que podem ser obtidos pela Fisioterapia Aquática. Podemos dividir os pacientes que foram tratados em alguns grandes grupos: 1) Doenças ortopédicas; 2) Crianças e adolescentes com Autismo, 3) Crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV), 4) Crianças com Síndrome Genéticas raras, 5) Crianças com paralisia cerebral ou outra doença neurológica, 6) Adultos com doenças neurológicas e dores crônicas e 7) Grupo de prevenção LER/DORT.
Resultados qualitativos e quantitativos: Este projeto de extensão foi realizado na piscina terapêuticado centro de simulações de práticas da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Campus Lagarto. A equipe técnica do projeto foi formada por três fisioterapeutas egressos da UFS Lagarto, uma servidora técnica fisioterapeuta, uma docente e uma servidora técnica orientadora pedagógica do departamento de fisioterapia da UFS Lagarto, dezessete discentes do departamento de Fisioterapia da UFS-Lagarto, quatro docentes colaboradores, dois do departamento de Terapia Ocupacional, um do departamento de Educação em Saúde e um do departamento de Medicina. Tendo como público alvo a comunidade interna e externa da UFS Campus Lagarto. Dentro dos seis meses de duração do projeto foram atendidos mais de 60 pacientes, onde alguns tiveram alta e outros encontram com uma evolução bastante significativa do quadro inicial, foram apresentados oito trabalhos no congresso internacional de fisioterapia, e três artigos estão sendo preparados para publicação em periódicos internacionais. O projeto colaborou com o desenvolvimento da escrita de dois trabalhos de conclusão de curso (TCCs) durante o período. Além disso, um livro com a coletânea dos casos clínicos tratados no projeto está sendo elaborado.
Considerações finais
O projeto de extensão Tchibum – Chegou na UFS Lagarto Fisioterapia Aquática para quem precisa, teve um impacto social evidente na sociedade, pois atuou com uma intervenção direta na comunidade interna e externa da UFS Lagarto, atingindo não só apenas o munícipio de Lagarto, mas atraindo pessoas de Salgado, Itabaiana, Itaporanga D´ajuda e Simões Dias. A participação da comunidade externa foi tão grande que tivemos que criar uma lista de espera e um sistema de rodízio baseado na gravidade dos casos para poder atender a todos. A comunidade externa que frequenta o projeto se uniu e se mobilizou para conseguirem transportes e facilitarem a ida para o projeto. Além disso, os alunos participantes do projeto de extensão tiveram uma excelente oportunidade de adquirir conhecimentos práticos e clínicos, melhorar suas habilidades de comunicação oral e escrita durante os seminários e apresentações em congressos. Durante todo projeto, os alunos tiveram a oportunidade de aplicar conhecimentos adquiridos de várias disciplinas (neurologia, ortopedia, respiratória e outras) exercendo na prática a interdisciplinaridade para solucionar e atender com destreza os casos clínicos que ficavam responsáveis. Lagarto