In times of COVID- 19 pandemic, this research takes hunger as an analyzer of brazilian reformist movements and the democratic state of law itself in its intersections with the field of mental health. Taking the Psychiatric Reform (PR) as a civilizing process of social-subjective transmutation, the research evokes the "strong" meaning of reformist movements to address a collective mental health. In this sense, through the qualitative method and field research, the experience of feeling/living hungry, its visible and invisible effects as a health-disease problem, is presented. It rehearses an ethical policy of narractivity through the articulation of socio-economic data extracted from the base of the Ministry of Health, the Municipal Health Department of Aracaju-Sergipe and the stories brought by workers/es and users of mental health services. Thus, we hear a snoring that signals that capitalist relations (classist, racialized, gendered) are producers and managers of psychic suffering. So, this dissertation proposes to look in the eye of hunger and discuss about the revitalization of the ways of making politics, of producing health and subjectivity. It seeks, then, to present and suggest health practices that start to put at the center of the therapeutic projects and life projects construction, analysis of social structures that naturalize markers such as gender, race/ethnicity and class, to, from there, propose new modes of reception and care in mental health.Em tempos de pandemia da COVID-19, esta pesquisa toma a fome como analisadora dos movimentos reformistas brasileiros e do próprio Estado democrático de direito em suas interseções com o campo da saúde mental. Tomando-se a Reforma Psiquiátrica (RP) como um processo civilizador, de transmutação social-subjetiva, a pesquisa convoca o sentido “forte” dos movimentos reformistas para fabular uma saúde mental coletiva. Nessa direção, por meio do método qualitativo e da pesquisa de campo, apresenta-se a experiência de sentir/viver com fome, seus efeitos visíveis e invisíveis como problema de saúde-doença. Ensaia uma políticaética da narratividade através da articulação de dados socio-econômicos extraídos da base do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju-Sergipe e das histórias trazidas por trabalhadoras/es e usuárias/os dos serviços de saúde mental. Assim, ouvimos um ronco que sinaliza que as relações capitalistas (classistas, racializadas, generificadas) são produtoras e gestoras de sofrimento psíquico. Dessa forma, essa dissertação propõe-se a olhar no olho da fome e discutir sobre a revitalização dos modos de fazer política de de produzir saúde e subjetividade. Busca-se, então, apresentar e sugerir práticas de saúde que passem a pôr no centro da construção dos projetos terapêuticos e projetos de vida, análise das estruturas sociais que naturalizam marcadores como gênero, raça/etnia e classe, para, a partir daí, propor novos modos de acolhimento e cuidado em saúde mental.São Cristóvão