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A natureza e o Império no Brasil: a história entre as flores e as pedras preciosas na construção da nação
Registro en:
10.14393/cdhis.v24i1.14088
Autor
Losada, Janaina Zito
Institución
Resumen
A história escrita no Brasil do século XIX trazia a cena os elementos variados do mundo
natural. Tomar posse dos terrenos exigia aos nobres, investimento na organização de expedições
e viagens, e, na formação de um grupo de intelectuais que explicasse e pudesse
sugerir o melhor uso para as riquezas das matas, das montanhas e dos rios. O Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) é constituído em 1839, com o intuito de construir
a história pátria. Sua fundação marca o esforço do Império em configurar os traços de uma
nação civilizada cuja matéria prima não foi o homem e sim a natureza. Na oficialidade
da burocracia aí instituída são produzidos muitíssimos documentos cuja preocupação é o
conhecimento das riquezas das minas, das madeiras, das flores, dos frutos e dos animais
nos mais diversos ambientes naturais brasileiros. Neste sentido tomaremos aqui como
exemplares os escritos de Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Emílio Joaquim da Silva
Maia e Manoel Ferreira Lagos, intelectuais que ajudaram a fundar e construir os alicerces
da escrita de uma história na qual a natureza constituiu-se o personagem principal. Através
deles encontramos uma geração que vai marcar de forma profunda o pensar e fazer a
história no Brasil. Uma história construída de imagens românticas, grandiosas e heróicas,
ao gosto do século XIX. Uma história trágica onde a fauna e a flora sofreram os impactos
do comércio e da ciência, onde montanhas desapareceram frente ao voraz desejo da entrada
na modernidade.
Palavras-chave: Natureza. IHGB. Império no Brasil.