Introduction: The incompatibility between circadian and social clocks leads to circadian misalignment, which has been widely measured by social jetlag (SJL). Studies have associated SJL with nutritional diseases such as obesity, but this topic has not yet been studied in pregnant women. The chronotype, which concerns the inter-individual differences in phase allocation of circadian rhythms, is one of the factors that has been associated with circadian misalignment and also with nutritional diseases. However, the effects of the chronotype on food intake and weight gain during pregnancy were also not addressed in the literature. Objective: This thesis had two main objectives: 1) to identify the occurrence of SJL during pregnancy and to describe the effect of pre-pregnancy body weight on SJL throughout pregnancy; 2) to analyse the association of the chronotype with food consumption and weight gain during pregnancy. Material and Methods: The first phase of the study was carried out with 205 pregnant women in the first trimester. Thereafter, 100 pregnant women were followed up through a prospective cohort study in the second and third gestational trimesters. The SJL was calculated based on the absolute difference between the midpoint of sleep on working days and free days. Food intake was assessed by three 24-hour food records in each trimesters, totaling nine records. The intake and distribution of energy and macronutrients were assessed at meals throughout the day and the quality of the diet was assessed by the Revised Diet Quality Index (IQD-R). The chronotype was derived from the midpoint of sleep on free days (MSF) corrected for sleep output and the scores obtained were categorized into tertiles. The pre-gestational body mass index (BMI) (kg/ m²) and the current BMI (kg/ m²) were calculated. The Institute of Medicine recommendations were used to assess the adequacy of weight gain. Linear and logistic regression and the Generalized Estimation Equations (GEE) adjusted for confounding factors were used to determine the association between SJL and gestational trimesters (time) and anthropometric variables. In addition, GEE were used to determine the effects of chronotype and gestational trimesters on dietary patterns, daily energy, macronutrient distribution and weight gain. Results: Most pregnant women (54.5%) had SJL > 1h in the first trimester of pregnancy. A positive association was found between SJL and pre-pregnancy BMI in the third trimester (β = 0.200, p = 0.046). In addition, GEE analyzes showed that pregnant women with normal pre-gestational weight showed a decrease in SJL from the second to the third trimester (1.29 ± 0.11 and 0.93 ± 0.08, respectively, p = 0.032), but this was not found in the other groups of nutritional status (underweight, overweight and obesity). In addition, we found an isolated effect of the trimester of gestation on the SJL average. In this sense, pregnant women showed a decrease in SJL from the second to the third trimester (1.33 ± 0.08 versus 1.12 ± 0.07, respectively; p = 0.012). Regarding the results related to the chronotype, pregnant women with MSF values with a tendency to evening had breakfast later and also had a higher intake of energy and carbohydrates at dinner, compared to those with a tendency to morning. Pregnant women with a tendency to maturity showed a better quality diet in the group of milk and derivatives and saturated fat evaluated by the IQD-R. In addition, despite the tendency of pregnant women of all tertiles to gain excess weight during pregnancy, it was observed that pregnant women with a tendency to evening had a worse adequacy of gestational weight gain in the third trimester when compared to pregnant women with a tendency to maturity (2.24 ± 0.25 kg versus 1.22 ± 0.14 kg, p <0.001). Conclusion: SJL > 1h is quite prevalent during pregnancy and pre-gestational excess weight seems to lead to a greater risk of having SJL > 1h during pregnancy. In addition, pregnant women with a tendency to evening eat breakfast later and also have a higher intake of energy and carbohydrates at night, in addition to having a worse pattern of gestational weight gain in the third trimester. Our results emphasize the importance of considering chronobiological variables in prenatal nutritional guidelines to promote maternal and fetal health.Pesquisa sem auxílio de agências de fomentoTese (Doutorado)Introdução: A incompatibilidade entre os relógios circadianos e sociais leva ao desalinhamento circadiano, o qual tem sido amplamente avaliado pelo jetlag social (JLS). Estudos têm associado o JLS às doenças nutricionais como a obesidade, mas tal temática ainda não foi estudada em gestantes. O cronotipo, que diz respeito às diferenças inter individuais de alocação de fase dos ritmos circadianos, é um dos fatores que vem sendo associado ao desalinhamento circadiano e também às doenças nutricionais. Entretanto, os efeitos do cronotipo sobre a ingestão alimentar e ganho de peso durante a gestação também não foram abordados pela literatura. Objetivo: Esta tese teve dois objetivos principais: 1) identificar a ocorrência de JLS ao longo da gestação e descrever o efeito do peso corporal pré-gestacional sobre o JLS ao longo da gestação; 2) estudar a associação do cronotipo com o consumo alimentar e o ganho de peso durante a gestação. Material e Métodos: A primeira fase do estudo foi realizada com 205 gestantes no primeiro trimestre. Posteriormente, 100 gestantes foram acompanhadas por meio de um estudo de coorte prospectivo no segundo e terceiro trimestres gestacionais. O JLS foi calculado com base na diferença absoluta entre o ponto médio do sono nos dias de trabalho e dias livres. A ingestão alimentar foi avaliada por três recordatórios alimentares de 24 horas em cada trimestre, totalizando nove recordatórios. A ingestão e distribuição de energia e macronutrientes foram avaliadas nas refeições ao longo do dia e a qualidade da dieta foi avaliada pelo Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R). O cronotipo foi derivado do ponto médio do sono em dias livres (MSF) corrigido para o débito de sono e as pontuações obtidas foram categorizadas em tercis. Foram calculados o índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional (kg/ m²) e o IMC atual (kg/ m²). As recomendações do Institute of Medicine foram utilizadas para avaliar a adequação do ganho de peso. A regressão linear e logística e as Equações de Estimações Generalizadas (GEE) ajustadas para fatores de confusão foram utilizadas para determinar a associação entre JLS e os trimestres gestacionais (tempo) e variáveis antropométricas. Além disso, GEE foram utilizadas usadas para determinar os efeitos do cronotipo e dos trimestres gestacionais nos padrões alimentares, energia diária, distribuição de macronutrientes e ganho de peso. Resultados: A maioria das gestantes (54,5%) apresentou JLS > 1h no primeiro trimestre gestacional. Foi encontrada associação positiva entre JLS e IMC pré-gestacional no terceiro trimestre (β = 0,200, p = 0,046). Além disso, as análises de GEE mostraram que as gestantes com peso pré-gestacional normal apresentaram diminuição no JLS do segundo para o terceiro trimestre (1,29 ± 0,11 e 0,93 ± 0,08, respectivamente, p = 0,032), mas isso não foi encontrado nos outros grupos do estado nutricional (baixo peso, sobrepeso e obesidade). Em adição, encontramos um efeito isolado do tem (trimestre de gestação) na média do JLS. Nesse sentido, as gestantes apresentaram diminuição do JLS do segundo para o terceiro trimestre (1,33 ± 0,08 versus 1,12 ± 0,07, respectivamente; p = 0,012). Em relação aos resultados relacionados ao cronotipo, gestantes com valores de MSF com tendência à vespertinidade faziam o café da manhã mais tarde e também tinham maior ingestão de energia e carboidratos no jantar, em comparação àquelas com tendência à matutinidade. Gestantes com tendência à matutinidade mostraram uma dieta de melhor qualidade no grupo de leite e derivados e gordura saturada avaliados pelo IQD-R. Além disso, apesar da tendência das gestantes de todos os tercis ganharem peso excessivamente durante a gestação, observou-se que as gestantes com tendência à vespertinidade apresentaram uma pior adequação do ganho de peso gestacional no terceiro trimestre quando comparadas às gestantes com tendência à matutinidade (2,24 ± 0,25 kg versus 1,22 ± 0,14 kg, p <0,001). Conclusão: O JLS > 1h é bastante prevalente durante a gestação e o excesso de peso pré-gestacional parece levar ao maior risco de apresentar JLS > 1h ao longo da gestação. Além disso, gestantes com tendência à vespertinidade realizam o café da manhã mais tarde e também têm maior ingestão de energia e carboidratos à noite, além de apresentarem um pior padrão de ganho de peso gestacional no terceiro trimestre. Nossos resultados enfatizam a importância de considerar as variáveis cronobiológicas nas diretrizes nutricionais do pré-natal para promover a saúde materno-fetal.2023-02-25