Trabalho de Conclusão de Curso
Estudo comparativo de atividades biológicas presentes nas peçonhas de algumas serpentes brasileiras: Bothrops moojeni, Bothrops alternatus, Bothrops jararaca e Crotalus durissus sp. (Viperidae-Crotalinae).
Registro en:
ALVES, Gislaine Aparecida. Estudo comparativo de atividades biológicas presentes nas peçonhas de algumas serpentes brasileiras: Bothrops moojeni, Bothrops alternatus, Bothrops jararaca e Crotalus durissus sp. (Viperidae-Crotalinae). 1995. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 1995.
Autor
Alves, Gislaine Aparecida
Institución
Resumen
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) As serpentes da família Viperidae possuem urna maior especialização em termos de inoculação da peçonha. Suas presas canaliculadas e curvadas para trás, na porção anterior do maxilar superior, permitem a ereção das mesmas no momento do bote. A peçonha é secretada por um par de glândulas, uma em cada lado do maxilar superior, e ligada por um dueto à presa.
No Brasil as serpentes da família Viperidae, subfamília Crotalinae, compreendem os gêneros: Boihraps, conhecidas popularmente como jararacas; Crotaffis, as cascavéis e Lachesis conhecidas por surucucu.
As serpentes do género Boihrops se caracterizam por apresentarem peçonhas com intensa ação coagulante e atividade proteolítica, causar mionecrose no local da picada e por induzir estado de choque, que é a causa mais frequente de morte.
As serpentes do género Crotalus apresentam forte letalidade, alta atividade neurotóxica e miotóxica, e fraca propriedade proteolítica, hemorrágica e efeito formador de edema. A principal toxina da peçonha de Crotalus, a crotoxina, é uma mistura de várias isoformas que diferem significativamente na sua estrutura molecular.
Este trabalho teve como objetivo o estudo comparativo das atividades enzimáticas: PLA2, coagulante e hemorrágica, das peçonhas totais e suas frações, de serpentes da subfamilia Crotalinae (B. alternatus, B. jararaca. B. moojeni e C. durissus sp.).
As peçonhas foram centrifugadas, o sobrenadaste amarelo límpido obtido foi aplicado a uma coluna de Sephadex G-75, equilibrada com o mesmo tampão da amostra. Foi feita a dosagem de proteínas pelo método do Microbiureto.
Foram estudadas as atividades coagulante, PLA2 e hemorrágica. As eletroforeses foram realizadas para o acompanhamento dos fracionamentos.
A peçonha mais coagulante foi a de B. jararaca, seguida por B. moojeni e C. Duri,ssus sp. No entanto, a fração com maior atividade coagulante dentre as peçonhas estudadas foi a fração D2 de C. durissus.
A peçonha botrópica mais hemorrágica foi a de B. alternatus, seguida pela de B. moojeni e B. jararaca. É interessante observar que as principais toxinas hemorrágicas botrópicas são os componentes de maior PM das peçonhas, pois foram eluidas sempre na primeira fração do Sephadex G-75 e apresentaram PM entre 30.000 e 65.000 por PAGE-SDS. Nossos resultados mostram que esta atividade é particularmente importante para peçonhas botrópicas, pois foi encontrado na maioria das frações isoladas e pouco significaste para peçonhas crotálicas.
A peçonha com maior atividade PLA2 foi a B. moojeni, seguida pela peçonha de C. durissus e B. aiternatus. a de menor atividade foi a de B. jararaca. Para as peçonhas de B. moojeni e C. durissus esta enzima deve ser especialmente importante, pois as isoformas de maior atividade especifica estavam presentes nas principais frações obtidas, representando mais de 40% do total de proteínas da peçonha. Deve ser ressaltado que a atividade PLA2 é a principal responsável pelo efeito miotóxico local apresentado pelas peçonhas botrópicas, e pelo efeito neurotóxico e letal das peçonhas de Crotalus durissus sp.