Dissertação
Causa da resistência de Lipaphis pseudobrassicae (DAVIS, 1914) ao parasitoide Diaeretiella rapae (McINTOSH, 1855) e sua influência sobre o parasitismo de Myzus persicae (SULZER, 1776)
The cause of resistance of Lipaphis pseudobrassicae (Davis, 1914) to the parasitoid Diaeretiella rapae (McIntosh, 1855) and its influence on parasitism of Myzus persicae (Sulzer, 1776)
Registro en:
Autor
Ferreira, Samira Evangelista
Institución
Resumen
The aphid Lipaphis pseudobrassicae (Davis, 1914) (Hemiptera: Aphididade) is an important pest
of Brassicaceae plants. In Uberlândia, Minas Gerais, this aphid has low percentages of parasitism
because of its resistance to the parasitoid Diaeretiella rapae (McIntosh) and the cause of
resistance is unknown. Variations in susceptibility or resistance to natural enemies can impact in
different ways on the interaction of herbivore populations. The aims of this study was to
determine if the resistance of L. pseudobrassicae is caused by individual biotype or by
association with secondary endosymbionts organisms and verify if the parasitism of M. persicae
is changed in the presence of resistant L. pseudobrassicae. In laboratory we identified clones
resistant and susceptible to parasitoid, verified the influence of superparasitism in the resistance,
the loss of resistance in the aphid s progeny, the presence of encapsulation structures of the
parasitoid in parasitized aphids and molecular tests to compare the composition of symbionts in
resistant and susceptible clones were made. The interaction experiment was conducted on green
collard plants, covered with fine net cages (anti aphid net) in green house (average temperature
of 28ºC). Each plant was infested with 30 M. persicae and 30 L. pseudobrassicae resistant or
susceptible to the parasitoid D. rapae and two female parasitoids were released. In laboratory the
parasitism in susceptible clones ranged from 47 to 67% and in resistant clone was zero.
Superparasitism did not alter the resistance, however, aphids resistant that received three
ovipositions had a higher proportion of individuals with changes caused by parasitism than those
who received one oviposition of D. rapae. It was verified the loss of the resistance in 6.7% of the
progeny of the resistant clone. There were no structures that indicate the encapsulation of
parasitoid eggs or larvae of parasitoid in resistant aphids. Molecular tests indicated no difference
in the composition of symbiotic bacteria between resistant and susceptible aphids of the same
clone. In the green house experiment the number of mummified aphids was lower in the
population of L. pseudobrassicae resistant than susceptible to the parasitoid. It was observed that
the number of resistant L. pseudobrassicae alive was higher than the number of M. persicae. We
also observed a lower percentage of parasitism in the L. pseudobrassicae resistant to the
parasitoid, but there was no influence of the L. pseudobrassicae resistant in M. persicae
population or parasitism. The results indicate that the cause of L. pseudobrassicae s resistance to
the parasitoid D. rapae is due to the presence of secondary endosymbionts and shows that D.
rapae can be used to control M. persicae even when it is associated with a population of L.
pseudobrassicae resistant to the parasitoid. Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Mestre em Agronomia O pulgão Lipaphis pseudobrassicae (Davis, 1914) (Hemiptera: Aphididade) é uma importante
praga das brássicas. Na região de Uberlândia, Minas Gerais, neste afídeo ocorrem baixas
porcentagens de parasitismo por ser resistente ao parasitoide Diaeretiella rapae (McIntosh,
1855), entretanto, não se sabe a causa da resistência. Variações na susceptibilidade ou na
resistência de insetos a inimigos naturais podem impactar a interação de populações de afídeos.
Os objetivos deste trabalho foram determinar qual a causa da resistência de L. pseudobrassicae a
D. rapae e se o controle biológico de Myzus persicae (Sulzer, 1776) pelo parasitoide D. rapae é
prejudicado pela presença de L. pseudobrassicae resistente. Em laboratório, foram identificados
clones resistentes e suscetíveis ao parasitoide, avaliadas a influência do superparasitismo na
resistência, a perda de resistência na progênie, a presença de estruturas de encapsulamento do
parasitoide em pulgões parasitados e testes moleculares para comparar a composição de
simbiontes em clones resistentes e suscetíveis. O experimento de interação entre as espécies foi
conduzido em plantas de couve, cobertas com gaiolas de tela antiafídica e em casa-de-vegetação
(temperatura média de 28ºC). Cada planta foi infestada com 30 M. persicae e 30 L.
pseudobrassicae, resistentes ou suscetíveis ao parasitoide, e duas fêmeas de D. rapae foram
liberadas por gaiola. Ainda em laboratório, foi verificado que nos clones suscetíveis o
parasitismo variou de 47 a 67% e no clone resistente o parasitismo foi zero. O superparasitismo
não alterou a resistência, e 6,7% dos indivíduos da prole do clone resistente perderam a
resistência. Não foram encontradas estruturas que indicassem o encapsulamento de ovos ou
larvas dos parasitoides nos pulgões resistentes. Os testes moleculares não indicaram diferença na
composição das bactérias simbiontes em pulgões resistentes e suscetíveis do mesmo clone. Em
casa-de-vegetação, o número de pulgões mumificados foi menor na população de L.
pseudobrassicae resistente do que na suscetível ao parasitoide. Foi observado que o número de
L. pseudobrassicae vivos da população resistente ao parasitoide foi maior do que o número de
M. persicae. Observou-se também menor porcentagem de parasitismo para L. pseudobrassicae
resistente ao parasitoide, porém, não houve alteração na população ou no parasitismo de M.
persicae. Os resultados indicam que a causa da resistência de L. pseudobrassicae ao parasitoide
D. rapae é a presença de endossimbiontes secundários e que D. rapae pode ser utilizado no
controle de M. persicae, mesmo que esteja em associação com populações de L. pseudobrassicae
resistentes ao parasitoide.