Foodborne diseases are one of the main public health problems worldwide. Animal source foods are capable of causing disease in humans by increasing the chances of transmission of zoonotic pathogens from the ingestion of contaminated food. This study was divided into two chapters. Chapter 1 provides a theoretical framework about foodborne diseases, and includes a contextualization on the subject and a discussion of the main challenges and progress related to the problem of foodborne diseases in Brazil. Chapter 2 consists in a descriptive and epidemiological study that assesses the current situation (2015­2020) of the country in relation to these diseases, and how the consumption of animal source foods impacts this overview. The study was carried out using secondary data from the Brazilian Ministry of Health, obtained through the e ­SIC platform. The process of epidemiological investigation of foodborne diseases in Brazil has progressed over the years, but it still faces challenges, mainly related to the strengthening of the National System for Epidemiological Surveillance of Foodborne Diseases. Regarding the situation of these diseases in the country, most of the outbreaks between 2015­2020 involved ignored foods (n = 2259; 66.66%), and among those of declared origin, 311 (27.52%) involved animal source foods. These foods also showed a 0.40% increase in the chance of involvement in cases of sick individuals due to ingestion of contaminated food (OR = 1.004; p = 0.001). Eggs and beef, in turn, were the most frequently incriminated in outbreaks in the period evaluated (n = 131; 42.13% and n = 58; 18.65%, respectively), and in the South and Southeast regions of Brazil the number of sick individuals to the detriment of the intake of products of animal origin was higher (n = 2191; 29.46% and n = 2369; 31.85%, in that order). Summer and spring presented, respectively, the highest values of notifications related to this category of food, and the joint presence of transmission factors in animal source foods increased the values of notifications (n = 104; 55.92%), sick individuals (n=3036; 62.78%) and hospitalized (n=333; 53.54%). The results demonstrate the potential of animal products as a means of transmitting zoonotic pathogens, and that actions for the control and prevention of foodborne diseases can actually reduce this risk.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorDissertação (Mestrado)As doenças transmitidas por alimentos consistem em um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo. Os produtos de origem animal são capazes de causar doenças em humanos ao potencializar as chances de transmissão de patógenos zoonóticos a partir da ingestão de alimentos contaminados. Este estudo foi dividido em dois capítulos. O Capítulo 1 traz um referencial teórico acerca das doenças transmitidas por alimentos, e inclui uma contextualização sobre o tema e uma discussão acerca dos principais desafios e progressos em relação à problemática das doenças de origem alimentar no Brasil. O Capítulo 2 consiste em um estudo descritivo e epidemiológico que avalia a situação atual (2015­2020) do país em relação à essas doenças, e como o consumo de produtos de origem animal impacta esse cenário. O estudo foi realizado a partir de dados secundários do Ministério da Saúde do Brasil, obtidos por meio da plataforma e­SIC. O processo de investigação epidemiológica das doenças transmitidas por alimentos no Brasil progrediu ao longo dos anos, mas ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados ao fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos. Quanto ao cenário dessas doenças no país, a maior parte dos surtos entre 2015­2020 envolveu alimentos ignorados (n = 2259; 66,66%), e entre as de origem declarada 311 (27,52%) envolveram produtos de origem animal. Esses alimentos apresentaram ainda aumento de 0,40% de chance de envolvimento em casos de indivíduos doentes por ingestão de alimentos contaminados (OR = 1,004; p = 0,001). Ovos e carne bovina, por sua vez, foram os mais frequentemente incriminados nos surtos no período avaliado (n = 131; 42,13% e n = 58; 18,65%, respectivamente), e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil o número de doentes em detrimento da ingestão de produtos de origem animal foi maior (n = 2191; 29,46% e n = 2369; 31,85%, nessa ordem). Verão e primavera apresentaram, respectivamente, os maiores valores de notificações relacionadas a essa categoria de alimentos, e a presença conjunta de fatores de transmissão em produtos de origem animal elevou os valores de notificações (n = 104; 55,92%), doentes (n= 3036; 62,78%) e hospitalizados (n = 333; 53,54%). Os resultados demonstram o potencial dos produtos de origem animal como vias de transmissão de patógenos zoonóticos, e que ações para o controle e prevenção das doenças de origem alimentar podem de fato reduzir esse risco.