Tese
Dos canaviais à Etanolatria: o (re)ordenamento territorial do capital e do trabalho no setor sucroalcooleiro da microrregião geográfica de Presidente Prudente-SP
Registro en:
SANTOS, Joelma Cristina dos. Dos canaviais à Etanolatria: o (re)ordenamento territorial do capital e do trabalho no setor sucroalcooleiro da microrregião geográfica de Presidente Prudente-SP. 2009. 377 f. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2009.
Autor
Santos, Joelma Cristina dos
Institución
Resumen
The labor world has gone through significant transformations in the current productive
restructuring of capital, this is of course, capital changes self inflicted so it can face its own
structural crisis. Thus, the employment has come under ever more precarious forms in
different ways short-time, undercontracted, contracted out - system. So, the working class
has become more heterogeneous, fragmented and increasingly complex. In this context,
notably in the last decades of the XX century, capital and labor has been reoriented. The
Geography of Labor, in which a reading of spatial changes and the relation society x natures
through the lens of labour is involved, addresses the necessity of conceiving the labor as
liberation opposed to imprisonment. In this set of circumstances, the alcohol industry complex
in the geographic Microregion of Presidente Prudente caused a territorial reconfiguration of
capital and labor in this particular areas of the Paulista territory, which for its turn, we
consider a disputed land . The disputing process is between the sugarcane-based industry,
social movements in quest for land, given this region has long been a historic stage of illegal
farmers (landowners holding forged documents/titles). Soon came into this scenery powerful
big landowners against small farmers (campesinos), the last ones regarded in this research as
working class. Therefore, in this process, as a productive restructuring of capital,
flexibilization of social relations of production and working conditions is a clear result. In the
sugarcane agri-industries in the area where this research was conducted, precarious working
conditions is sharp and expressed in many ways in which workers are not regarded as human
beings. Besides, the relation between living x dead labor, has come through changes likewise
every productive sector, for both in industry and the farming activities, machines and
automation process is in surge, so jobless rate increases leaving the workers with no other
option, because sugarcane hand harvesting was their last chance indeed. So, the worker`s
unions, in general, opt out for dealings with capital holders, for, the are in a situation in
which, unionized workers and workers as whole, face demobilization in world scale, in this
sense it is very hard to bring them together as a working class. That`s why understanding and
carrying out actions for all workers united as a social class more than fragmented/segmented
groups is urgent, and in addition, is a first step toward conquering more political
emancipation. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Doutor em Geografia O universo do mundo do trabalho passou por significativas transformações a partir do
processo de reestruturação produtiva do capital, estratégia deste último diante de sua crise
estrutural. Assim, o trabalho passou, cada vez mais, a ser precarizado em suas diferentes
formas temporário, subcontratado, terceirizado. Há uma maior hetorogeneização,
fragmentação e complexificação da classe trabalhadora. É nesse contexto, que capital e
trabalho se (re)ordenam a partir das últimas décadas do século XX. A Geografia do Trabalho,
que envolve a leitura das transformações espaciais, da relação sociedade x natureza pelo viés
do trabalho, atende à necessidade de se pensar o trabalho, como processo de liberdade e não
de aprisionamento. É nesse contexto, que a expansão do setor sucroalcooleiro na Microrregião
Geográfica de Presidente Prudente provocou o (re)ordenamento territorial do capital e do
trabalho nesta porção do território paulista que consideramos um território em disputa . As
disputas ocorrem entre o capital sucroalcooleiro, os movimentos sociais de luta pela terra,
visto ser uma região, considerada palco histórico de terras griladas. Logo entra em cena o
poder latifundiário, além dos camponeses, considerados por nós, integrantes da classe
trabalhadora. Assim, neste movimento, como consequência da reestruturação produtiva do
capital, está presente a flexibilização das relações sociais de produção e de trabalho. Nas
agroindústrias do setor sucroalcooleiro da área dessa pesquisa, a precarização do trabalho é
nítida e se expressa por meio das mais diversas formas de desrespeito aos trabalhadores, como
seres humanos. Além disso, a relação trabalho vivo x trabalho morto, sofre alterações, como
em praticamente todos os setores produtivos, pois seja na parte industrial, como nas
atividades no campo, a presença das máquinas e da automação é cada vez mais frequente,
ocasionando o desemprego e deixando os trabalhadores sem qualquer opção, pois as
atividades exercidas, principalmente, no corte da cana, já eram consideradas pela maioria
deles, a última opção. Os sindicatos dos trabalhadores, em sua maioria, optam por acordos
com o capital, além de lidarem com uma dificuldade presente no movimento sindical e na
classe trabalhadora em todo o país, como reflexo de um fenômeno mundial, a dificuldade de
unir os trabalhadores e fazê-los se entenderem enquanto classe. Daí a grande urgência deste
início de século, tanto para os sindicatos, como para a classe trabalhadora como um todo, de
compreender e concretizar ações para toda uma classe e não apenas para determinados
segmentos, primeiro passo rumo à conquista de ações políticas emancipatórias.