Dissertação
Horizontes de uma fenomenologia da religião em Michel Henry
Horizons for a phenomenology of religion in Michel Henry
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Autor
Queiroz, Bruno dos Santos
Institución
Resumen
Michel Henry (1922 – 2002) was a Vietnamese philosopher naturalized French and linked to the phenomenological approach, inaugurated by Edmund Husserl. Henry developed a “phenomenology of life” that seeks to overcome limitations and problems that he saw in classical phenomenology. He also developed important discussions in the field of religion, to which his Christian trilogy stands out: "I Am the Truth"; "Incarnation: a philosophy of the flesh" and "Words of Christ". Based on an investigation of henryan phenomenology and its studies on religion, this research aims to answer the following question: “Is there a phenomenology of religion in Michel Henry?”. To do so, its phenomenology of life and its philosophy of Christianity are discussed and, finally, we investigate what is meant by what we call “phenomenology of religion”. A narrative review of the literature relevant to the subject is adopted as a method, also using the principles of inspectional, analytical and syntopical reading (ADLER & DOREN, 2010). Michel Henry's phenomenology of life takes as its primary task to elucidate the essence of manifestation, which leads to the discovery of the duplicity of appearing and the originary field of transcendental affectivity. This affectivity is the Absolute Life that engenders each living ego, which is linked to the Life by a religious bond. Henry sees approximations between his phenomenology of life and Johannine Christianity, recognizing Christ as the primordial ego generated by Life. The French philosopher emphasizes, however, the living and immediate religious experience. This concern with the religious experience is found in the phenomenology of religion which, as a discipline, emerges from the encounter, in the works of Gerardus van der Leeuw, between the Dutch approach in phenomenology of religion (Chantepie de la Saussaye, Brede Kristensen) and the Husserlian phenomenology. It is concluded, then, that we can affirmatively say that there is a phenomenology of religion in Henry, if this is understood, not in a typological sense (comparative study of religions), but in the sense of a way of understanding the religious experience oriented from the phenomenological theses. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Dissertação (Mestrado) Michel Henry (1922 – 2002) foi um filósofo vietnamita naturalizado francês e ligado à escola da fenomenologia, inaugurada por Edmund Husserl. Henry desenvolveu uma “fenomenologia da vida”, que busca superar limitações e problemas que ele via na fenomenologia clássica. Ele também desenvolveu importantes discussões no campo da religião, ao que se destaca sua trilogia cristã: Eu Sou a Verdade (1996/2015); Encarnação: uma filosofia da carne (HENRY, 2000/2014) e Palavras de Cristo (HENRY, 2002/2014). A partir de uma investigação da fenomenologia henriana e de seus estudos sobre religião, esta pesquisa tem como objetivo responder à seguinte questão: “Há uma fenomenologia da religião em Michel Henry?”. Para tanto, discute-se sua fenomenologia da vida, sua filosofia do Cristianismo e, por fim, investiga-se o que vem a ser isso que denominamos como “fenomenologia da religião”. Adota-se como método a revisão narrativa da literatura pertinente ao assunto, utilizando-se, também, os princípios de leitura inspencional, analítica e sintópica (ADLER & DOREN, 2010). A fenomenologia da vida de Michel Henry toma como tarefa primordial elucidar a essência da manifestação, o que conduz à descoberta da dualidade do aparecer e do campo originário da afetividade transcendental. Essa afetividade é a Vida absoluta que engendra cada ego vivente, que a ela encontra-se vinculado por um laço religioso. Henry vê aproximações entre sua fenomenologia da vida e o Cristianismo joanino, reconhecendo Cristo como ego primordial gerado pela vida. O filósofo francês enfatiza, entretanto, a experiência religiosa viva e imediata. Essa preocupação com a experiência religiosa encontra-se na fenomenologia da religião que, enquanto disciplina, surge do encontro entre a escola holandesa (Chantepie de la Saussaye, Brede Kristensen) com a fenomenologia husserliana a partir dos trabalhos de Gerardus van der Leeuw. Conclui-se, então, que se pode dizer afirmativamente que há uma fenomenologia da religião em Henry, desde que se entenda isso, não em um sentido tipológico (estudo comparado das religiões), mas na acepção de um modo de compreensão da experiência religiosa orientado a partir das teses fenomenológicas. 2024-08-19