Tese
Vertebrate roadkill: identifying where, when and who dies on wildlife vehicle collisions on Brazilian Cerrado
Atropelamento de vertebrados: identificando onde, quando e quem morre em colisões de veículos com animais silvestres no Cerrado brasileiro
Registro en:
Autor
Carvalho-Roel, Carine Firmino
Institución
Resumen
Roadkill is a serious threat to wildlife conservation. To efficiently mitigate roadkill it is
necessary to understand where, when, how and who suffer higher roadkill rates and that
was the main objective of this entire thesis. In the first two chapters we used roadkill data
from BR-050 highway, an area of Cerrado biome in Brazil. The monitoring was executed
weekly from April 2012 to March 2014, by car, at about 60 km/h. We found 1294
roadkills on the highway, 922 mammals, 265 birds and 107 reptiles. We identified 78
species, 22 mammals, 42 birds and 14 reptiles. The roadkill rate was 0.051
individuals/km/day. In the first chapter, we investigate how land cover and climate
influence roadkill. We conclude that the proximity to water bodies and distance to urban
areas are important variables in determining the roadkill probability for all groups.
Agriculture, natural and silviculture areas also influence mammal roadkill. Silvicuture
and pasture are important for birds. Minimum temperature, accumulated precipitation and
mean temperature influence mammal roadkill. For birds, insolation, humidity and mean
temperature are important variables. For reptiles, all climate variables affect roadkill
probability. Reptiles had a higher roadkill rate on rainy/hot months and birds on dry/cold
ones. In the second chapter, we aimed to compare two different methods to locate roadkill
hostpots: Siriema software and models based on landscape. Siriema software and
landscape models identified roadkill hotspots for 50% and 70% of the data, respectively.
With relation to the location of roadkill hotspots, the Mammalia class does not appear to
represent well its species, although the orders do. For birds, neither methods detected
roadkill hotspots for a satisfactory number of groups. The location of roadkill hotspots
was different from one year to the other, and similar between one-year data and two. The
application of mitigating measures on 9% of the road would protect 31% of the specimens
for Siriema hotspots and 22% for landscape hotspots. Siriema and landscape hotspots in
general presented a low correlation. Landscape models have a great advantage; it is notxii
necessary to have wildlife-vehicle collision data to identify the stretches of the highway
with higher roadkill probability. In the third chapter, we consulted scientific researches
to investigate what species-specific characteristics influence roadkilland to calculate a
roadkill rate for the Cerrado species. We were able to estimate a roadkill rate for 51
species, 19 were not observed killed. Roadkill rate increases as population density, home
range and weaning decrease and body mass increases. Scavengers and territorial animals
have higher roadkill rates. Mammals that prefer forest habitat have lower roadkill rates.
The predicted mammals roadkill rate was 1.35 ind./km/year and 181909 animals could
die each year. In the fourth chapter, we evaluated general patterns of animal/human
accidents, from 2007 to 2017, on federal Brazilian highways. For this, we used the public
data from the Brazilian Federal Highway Police. The 44444 accidents comprised 68775
people, including 66.1% unharmed, 23.2% with minor injuries, 7.7% with serious injuries
and 1.6% died. The accidents occurred mainly from April to August, on Sundays, with
clear sky, at night, in rural zones, on straight stretches, involving just one vehicle,
especially a car. People affected by accidents were mostly drivers, adults and men. Most
of the animal/human accidents happened in Northeast Brazilian Coast. Only
animal/human accidents costed R$ 1 400 342 766.91, amount of money enough to install
fences and one wildlife crossing structure each two kilometers through 517 km of fourlane roads. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Tese (Doutorado) Atropelamentos ameaçam a conservação da vida silvestre. Para mitigar essa ameaça de
modo eficiente, é necessário entender onde, quando, como e quais espécies animais
sofrem os maiores índices de atropelamentos. O principal objetivo desta tese foi
responder a essas questões em uma área do Cerrado brasileiro. Nos dois primeiros
capítulos, utilizamos dados de atropelamentos da rodovia BR-050. O monitoramento foi
executado semanalmente de abril de 2012 a março de 2014, de carro, a 60 km/h, em
média. Encontramos 1294 atropelamentos na estrada, 922 mamíferos, 265 aves e 107
répteis. Foram identificadas 78 espécies, 22 de mamíferos, 42 de aves e 14 de répteis. A
taxa de atropelamento foi de 0,051 indivíduos/km/dia. No primeiro capítulo,
investigamos como a paisagem e o clima influenciam os atropelamentos. Concluímos que
a proximidade a corpos d'água e a distância a áreas urbanas são variáveis importantes na
determinação da probabilidade de atropelamento para todos os grupos. A agricultura, as
áreas naturais e de silvicultura também influenciam os atropelamentos de mamíferos.
Silvicultura e pastagem são importantes para as aves. A temperatura mínima, a
precipitação acumulada e a temperatura média influenciam os atropelamentos de
mamíferos. Para aves, insolação, umidade e temperatura média são variáveis importantes.
Para répteis, todas as variáveis do clima afetam a probabilidade de atropelamento. Os
répteis tiveram uma taxa mais elevada de atropelamentos nos meses chuvosos e as aves,
nos secos. No segundo capítulo, comparamos dois métodos diferentes para localizar
agregações de atropelamento: o programa Siriema e modelos baseados em paisagem. O
programa Siriema e modelos baseados na paisagem identificaram hotspots de
atropelamentos para 50% e 70% dos dados, respectivamente. No que diz respeito à
localização dos hotspots de atropelamentos, a classe Mammalia não parece representar
bem as espécies pertencentes a esse taxon, embora as ordens o façam. Para as aves,
nenhum dos métodos detectou hotspots de atropelamentos para um número satisfatóriox
de grupos. A localização dos hotspots de atropelamentos foi diferente de um ano para o
outro, contudo, os dados agrupados dos dois anos representam relativamente bem os
locais prioritários dos dois anos separadamente. A aplicação de medidas de mitigação em
9% da estrada protegeria 31% dos espécimes, utilizando dados do programa Siriema e
22% para modelos baseados na paisagem. O programa Siriema e modelos baseados na
paisagem apresentaram baixa correlação em relação à localização dos hotspots. No
terceiro capítulo, consultamos pesquisas científicas para investigar quais características
específicas das espécies influenciam os atropelamentos e calcular suas respectivas taxas
de atropelamento. Estimamos uma taxa de atropelamento para 51 espécies de mamíferos
do Cerrado, 19 não foram observadas mortas. A taxa de atropelamento aumenta com a
diminuição da densidade populacional, área de vida e período de amamentação e aumenta
com a massa corporal. Animais carniceiros e territoriais tem maiores taxas de
atropelamento. Mamíferos que preferem o habitat de floresta apresentam menores taxas
de atropelamento. A taxa prevista de atropelamento de mamíferos foi de 1,35 ind./km/ano
e 181.909 animais poderiam morrer a cada ano. No quarto capítulo, avaliamos os padrões
gerais de acidentes entre animais e humanos, de 2007 a 2017, nas rodovias federais
brasileiras. Para isso, utilizamos os dados públicos da Polícia Rodoviária Federal
brasileira. Os 44.444 acidentes incluíram 68.775 pessoas, sendo 66,1% ilesos, 23,2% com
ferimentos leves, 7,7% com ferimentos graves e 1,6% morreram. Os acidentes ocorreram
principalmente de abril a agosto, aos domingos, com céu claro, à noite, em zonas rurais,
em trechos retos, envolvendo apenas um veículo, especialmente um carro. As pessoas
afetadas pelos acidentes foram principalmente motoristas, adultos e homens. A maioria
dos acidentes envolvendo animais e humanos ocorreu na costa nordeste do Brasil. Apenas
o atropelamento de animais silvestres custou R $ 1.400.334.766,91, quantia suficiente
para instalar cercas e uma estrutura de travessia de vida selvagem a cada dois quilômetros,
passando por 517 km de estradas duplicadas.
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