Dissertação
Úlcera por pressão como reservatório e fonte de infecção de bacilos gram-negativo em pacientes internados em um hospital de nível terciário e em residentes de instituições de longa permanência para idosos
Registro en:
BRAGA, Iolanda Alves. Úlcera por pressão como reservatório e fonte de infecção de
bacilos gram-negativo em pacientes internados em um hospital de
nível terciário e em residentes de instituições de longa permanência
para idosos. 2011. 93 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
Autor
Braga, Iolanda Alves
Institución
Resumen
Introduction: Pressure ulcers (PU) are common in hospitalized patients and residents of
Long Term Care Facilities (LTCF) for elderly, are susceptible to colonization/infection by
bacteria epidemiologically important and potential source of secondary bacteremia.
Objectives: To evaluate the colonization of the PU as a reservoir and/or source of infection
by gram-negative bacilli (GNB), and the risk of evolution to secondary infection of the
bloodstream and colonization of the oropharyngeal mucosa by these bacteria in patients
hospitalized in Hospital de Clinicas, Universidade Federal de Uberlandia and in residents of
LTCF. Methods: The study was conducted at Clinical Hospital of Federal University of
Uberlandia and three LTCF of city. The study desing was prospective cohort in different
clinics of hospital and longitudinal, in the LTCF, both during the period August 2009 to July
2010. The PU were classified according to severity (stage I to IV) and the presence of local
infection by evaluation of clinical signs and microscopic by positive evaluation of wound s
smears, by ratio of inflammatory cells (polymorphonuclear leukocytes) to epithelial cells of
2:1 per field, after staining the smear from the ulcer Giemsa method. The surveillance was
conducted via active monitoring with the volunteers until discharge or death. Individual
records for demographic data, clinical and development was completed. The collections of PU
stage II and mucosal oropharyngeal swabs were performed and we used the means of
MacConkey Agar (for PU and oropharyngeal mucosa) and Mannitol Salt Agar (for PU) in
primary culture identification of gender/species was performed by classical phenotypic tests
and antimicrobial resistance profiles were determined by means of agar diffusion according to
CLSI standards 2005/2009. Results: In total, the study included 60 in patients and 81
residents of LTCF. Volunteers from both groups were elderly, with prolonged hospitalization
average of 103 days for patients 91 months and they are in the LTCF. The frequencies of
participants with PU colonized by BGN were similar and high, 83.3% and 77.7% in the
hospital and the LTCF, respectively, with a predominance of polymicrobial colonization in
both institutions. Among the predominant microorganisms recovered from PU: Escherichia
coli, Klebsiella pneumoniae, among microorganisms of the Enterobacteriaceae and
Pseudomonas aeruginosa between BGN non-fermenting. The presence of multidrug
resistance was observed at rates greater than 50.0% between samples isolated from the
hospital as opposed to those derived from LTCF. The independent risk factor for patients with
polymicrobial colonization with PU versus monomicrobial for GNB was the presence of
clinical infection at another anatomic site (P = 0.03). Overall, among patients colonized with
PU BGN, about one-third were infected and 62.5% of this group progressed to bacteremia by
the same organism/resistance phenotype of those isolated from ulcers, with a significant
mortality (100.0%) Unlike evidenced by the residents of LTCF. The frequencies of
colonization of the oropharyngeal mucosa in both groups of volunteers were also similar, but
lower than observed in the PU and detection of multiresistant GNB only in hospitalized
patients. Conclusions: PU colonized/infected with multidrug-resistant GNB are an important
reservoir of these bacteria in the hospital with minor risk of bacteremia and poor outcomes. Mestre em Ciência da Saúde Introdução: Úlceras por pressão (UPs) são frequentes em pacientes hospitalizados e em
residentes de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), são passíveis de
colonização/infecção por bactérias epidemiologicamente importantes e fonte potencial de
bacteremia secundária. Objetivos: Avaliar a colonização das UPs como reservatório e/ou
fonte de infecção por bacilos Gram-negativos (BGN), e o risco de evolução para infecção de
corrente sanguínea secundária, bem como a colonização da mucosa de orofaringe por esses
microrganismos em pacientes internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia (HC-UFU) e em residentes de ILPI. Casuística e Métodos: Foram realizados
estudos de coorte prospectivo em diferentes clínicas do HC-UFU e do tipo longitudinal em
residentes em três ILPI da cidade, ambos no período de agosto de 2009 a julho de 2010. As
UPs foram classificadas quanto à gravidade (estadio I a IV) e quanto à presença de infecção
local através de critérios clínicos e microscópicos, o último pela razão 2:1 de leucócitos
polimorfonucleares e células epiteliais, após a coloração do esfregaço da úlcera pelo método
de Giemsa. A vigilância foi realizada por busca ativa com acompanhamento dos voluntários
até alta ou óbito. Uma ficha individual com dados demográficos, clínicos, epidemiológicos e
evolução foi preenchida. As coletas das UPs estadio II e da mucosa de orofaringe foram
realizadas com swab e utilizou-se os meios de Ágar MacConkey (para UP e mucosa de
orofaringe) e Ágar Manitol Salgado (para UP) no cultivo primário. A identificação de
gênero/espécie foi realizada por testes fenotípicos clássicos e o perfil de resistência
antimicrobiana foi realizado pela técnica de difusão em Agar, segundo as normas do CLSI
2005/2009. Resultados: No total, foram incluídos no estudo 60 pacientes hospitalizados e 81
residentes em ILPI. Os voluntários dos dois grupos eram idosos, com internação prolongada
média de 103 dias nos pacientes e 91 meses de permanência nos residentes das ILPI. As
frequências de participantes com UP colonizada por BGN foram semelhantes e altas, 83,3% e
77,7%, no HC-UFU e nas ILPI, respectivamente, com predomínio de colonização
polimicrobiana em ambas instituições. Entre os microrganismos recuperados das UP
predominaram: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, entre os microrganismos da família
Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa entre os BGN não-fermentadores. A presença
de multirresistência foi observada em taxas superiores a 50,0% entre as amostras dos isolados
hospitalares ao contrário daqueles provenientes das ILPI. O fator de risco independente para
pacientes com UPs com colonização polimicrobiana versus monomicrobiana por BGN foi a
presença de infecção clínica em outra região anatômica (P=0,03). No total, entre os pacientes
com UPs colonizadas por BGN, cerca de um terço estavam infectadas e 62,5% deste grupo
evoluíram para bacteremia pelo mesmo microrganismo/fenótipo de resistência daqueles
isolados das úlceras, com uma mortalidade de 100,0%, ao contrário do evidenciado com os
residentes de ILPI. As freqüências de colonização da mucosa de orofaringe nos dois grupos de
voluntários também foram semelhantes, mas, mais baixas do que observadas nas UPs e com
detecção de BGN multirresistentes apenas nos pacientes hospitalizados. Conclusões: UP
colonizadas/infectadas por BGN multirresistentes representam importante reservatório destas
bactérias no ambiente hospitalar, com risco de bacteremia secundária e pior evolução.