Primary Health Care (PHC) is responsible for the most frequent basic health care of the population, with women being a large part of the population served. Among the care developed in PHC, there are mental health care, with the prescription of psychotropic drugs and psychotherapy being the two most common therapies. Given this question, the general objective of this research was to know the experience of women who use psychotropic medications in relation to their health and their affective relationships, and its three specific objectives: To identify, in the women's life trajectory, at what time or situation of the his personal history the psychotropic medication was introduced and what reasons justified the need for this use; Identify if there was and what information was received by women regarding the effects that these drugs can have on the life of each one of them; Understand the consequences of using medications in the lives of these women, from daily activities to their affective relationships. This is a qualitative and descriptive study in which 10 women who were waiting for care in a Basic Health Unit in a municipality in the state of Minas Gerais, over 18 years of age, took part in psychotropic medication for at least six months from the date of the invitation. After accepting and signing the informed consent form to participate in the research, an individual and group interview was conducted and, in addition, the researcher prepared a field diary. After the field phase ended, all audio recordings of the interviews were transcribed for reading and content analysis, together with the field diary produced by the researcher. The age of the participants ranged from 37 to 71 years and five were divorced, four were married and one was single. In addition, only one of them lived alone, while the vast majority shared the house with at least one of the children or their partner. The women's life trajectories were marked by the use of psychotropic medications based on diagnoses of fibromyalgia, depression or insomnia. In the process, five women said they had received information about medications related only to the side effects they might experience on the body and four about the function of the drug in their body. The drugs caused nausea, vomiting and drowsiness, but they were also positive for relieving and treating fibromyalgia pain, suicidal thoughts and insomnia. In addition to medication, psychotherapy was also an important resource in view of the overload of domestic tasks and the functions of caregivers, which led to fatigue and illness. Finally, it was seen that the activities developed in the health unit maintained the traditional clinical forms of care based on individual and medication care. These same data were found in the academic literature, in addition to the difficulty of PHC in dealing with violence against women as a public health issue, since it also appeared in the speech of the interviewees who highlighted the psychological, physical and patrimonial violence suffered in ex-relationships loving. These questions demonstrate the need to develop more research and health practices linked to gender issues linked to socioeconomic and racial issues that interfere in women's lives and health.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoDissertação (Mestrado)A Atenção Primária à Saúde (APS) é responsável pelos cuidados básicos em saúde mais frequentes da população, sendo as mulheres grande parte da população atendida. Entre os cuidados desenvolvidos na APS, têm-se o cuidado em saúde mental, sendo a prescrição de medicamentos psicotrópicos e a psicoterapia as duas terapêuticas mais comuns. Diante desta questão, o objetivo geral desta pesquisa foi conhecer a vivência de mulheres que utilizam medicamentos psicotrópicos em relação à sua saúde e seus relacionamentos afetivos, e seus três objetivos específicos: Identificar, na trajetória de vida das mulheres, em que momento ou situação da sua história pessoal foi introduzido o medicamento psicotrópico e quais motivos justificaram a necessidade desse uso; Identificar se houve e quais foram as informações recebidas pelas mulheres a respeito dos efeitos que esses medicamentos podem trazer na vida de cada uma delas; Compreender as consequências do uso dos medicamentos na vida dessas mulheres, desde as atividades cotidianas até seus relacionamentos afetivos. Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo do qual participaram 10 mulheres que aguardavam atendimento em sala de espera de uma Unidade Básica de Saúde de um município mineiro, maiores de 18 anos, com uso de medicamento psicotrópico há ao menos seis meses da data do convite. Após aceite e assinatura do TCLE para participar da pesquisa, realizou-se entrevista individual e grupal e, além disso, a pesquisadora elaborou um diário de campo. Encerrada a fase de campo, todas as audiogravações das entrevistas foram transcritas para leitura e análise de conteúdo, juntamente ao diário de campo produzido pela pesquisadora. A idade das participantes variou entre 37 à 71 anos e cinco eram divorciadas, quatro eram casadas e uma era solteira. Além disso, apenas uma delas morava sozinha, enquanto a grande maioria dividia a casa com pelo menos um dos filhos ou o parceiro. As trajetórias de vida das mulheres foram marcadas pelo uso de medicamentos psicotrópicos a partir de diagnósticos de fibromialgia, depressão ou insônia. Nesse processo, cinco mulheres disseram ter recebido informações sobre os medicamentos relacionadas apenas aos efeitos colaterais que poderiam sentir no corpo e quatro sobre a função do remédio em seu corpo. Os remédios provocaram náuseas, vômitos e sonolências, mas também foram positivos para aliviar e tratar dores da fibromialgia, pensamentos suicidas e insônia. Além dos remédios, a psicoterapia também foi importante recurso diante da sobrecarga de tarefas domésticas e das funções de cuidadoras, que as levavam ao cansaço e ao adoecimento. Por fim, foi visto que as atividades desenvolvidas na unidade de saúde mantinham as formas clínicas tradicionais de cuidados pautada nos atendimentos individuais e medicamentosos. Esses mesmos dados forma encontrados na literatura acadêmica, além da dificuldade da APS em lidar com a violência contra as mulheres enquanto questão de saúde pública, dado que também apareceu no discurso das entrevistadas que destacaram a violência psicológica, física e patrimonial sofrida em ex-relacionamentos amorosos. Essas questões demonstram a necessidade de se desenvolver mais pesquisas e práticas de saúde articuladas com questões de gênero articuladas com questões socioeconômicas e raciais que interferem na vida e na saúde das mulheres.2022-03-02