Trabalho de Conclusão de Curso
Memórias da repressão do governo revolucionário a grupos religiosos e homossexuais em Cuba: um estudo dos testemunhos de ex-umapianos (1984-2019)
Registro en:
RODRIGUES, Amanda Aparecida Gomes. Memórias da repressão do governo revolucionário a grupos religiosos e homossexuais em Cuba: um estudo dos testemunhos de ex-umapianos (1984-2019). 2020. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020.
Autor
Rodrigues, Amanda Aparecida Gomes
Institución
Resumen
Pesquisa sem auxílio de agências de fomento Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Na década de 1960 funcionaram em Cuba as Unidades Militares de Ajuda à Produção (UMAPs). Oficialmente, essas unidades eram centros de trabalho agrícola cujo objetivo era recrutar jovens que não eram considerados capacitados para o serviço militar. No entanto durante o período de funcionamento dessas unidades surgiram denúncias de que as UMAPS estariam funcionando como prisões para os sexualmente desviados, grupos religiosos, hippies, e para presos políticos. Nesse sentido, este trabalho analisa testemunhos de ex-umapianos, no período compreendido entre 1984 e 2019, acerca das experiências dos grupos religiosos e homossexuais que foram confinados nas UMAPs e sofreram com a repressão praticada pelo governo revolucionário. Para isso, são analisados artigos de opinião e notícias veiculadas em blogs de dissidentes cubanos e em jornais on-line, bem como o documentário Conducta Impropia, discutindo-se os testemunhos relativos à perseguição religiosa e contra os homossexuais em Cuba durante o período de vigência das UMAPs, com ênfase para as memórias subalternas e suas formas de emersão em meio às disputas de poder. O trabalho está estruturado em dois capítulos. No primeiro, são discutidos os tipos de práticas a que os homossexuais foram submetidos nessas unidades. No segundo capítulo são tematizadas as práticas repressivas contra os grupos religiosos. Constata-se que os internos das UMAPs sofreram tanto torturas físicas como psicológicas, as quais se distinguiam com base na sexualidade ou na religião, mas desenvolveram diversas formas de resistência contra a repressão sofrida. Os castigos ali impostos, além de explorar o trabalho dos considerados “não aptos” para a sociedade revolucionária, tiveram caráter pedagógico.