Trabalho de Conclusão de Curso
Reação de cultivares de canola a clerotinia sclerotiorum
Registro en:
SILVEIRAm Camila Haddad. Reação de cultivares de canola a clerotinia sclerotiorum. 2016. 25 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016.
Autor
Silveira, Camila Haddad
Institución
Resumen
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) A planta canola pertence à família das crucíferas, Cruciferae, e ao gênero Brassica,
com cerca de 100 espécies diferentes, tendo em destaque Brassica napus, Brassica rapa e
Brassica juncea. Muitos confundem as denominações inglesas, chamando de colza apenas a B. napus, e
a B. rapa o nabo colza, a B. juncea de mostarda indiana e a B. carinata de mostarda etíope.
Mas todas são denominadas de colza (MORI, TOMM, FERREIRA, 2014). Algumas das
espécies são utilizadas na agricultura para a produção de adubo verde, azeite para iluminação,
alimentação humana e ração para animais. A colza é cultivada em todo o mundo, mas principalmente na Índia, China, Canadá e Europa (MARTIN, JUNIOR, 1993). Isso acontece devido à capacidade da planta de colza de
se desenvolver em temperaturas baixas. Com a Segunda Guerra Mundial, o uso de
lubrificantes para o funcionamento das máquinas a vapor de navios aumentou bastante a
demanda por colza, uma vez que o ácido contido na semente desta planta é um ótimo
lubrificante de alta temperatura. Mas, em 1940, a Europa e a Ásia, fontes de lubrificantes,
bloquearam as exportações. Assim, isso estimulou o cultivo de colza no Canadá (MORI, C.
D., TOMM, G. O., FERREIRA, P. E. P., 2014). Apesar dos vários usos desta planta, a colza apresenta algumas desvantagens. Uma
destas é o elevado teor de ácido erúcico, ácido graxo de cadeia longa com propriedade
antinutritivas e glucosinalatos, substâncias tóxicas aos seres humanos e animais. Estudos
realizados na década de 70 mostraram que o ácido erúcico contido no grão de colza poderia
causar danos à saúde humana (CARLSSON et al., 2007) na qual o acúmulo de gordura no
coração provoca alterações sistêmicas (MARTIN, N. B., JUNIOR, S. N., 1993). Devido a
esta desvantagem encontrada, pesquisadores tiveram que desenvolver cultivares de colza com
baixos teores de ácido erúcico. Com isso, o canadense Dr. Baldur Stefansson em 1974
descobriu, através do melhoramento genético, uma colza com baixo porcentual de ácido
erúcido e de glucosinolatos. Assim, o nome canola surgiu para diferir a nova variedade de
colza, Can (Canadian) + o (oil) + l (low) + a (acid) (CANOLA COUNCIL OF CANADA,
2013). A canola é um termo genérico internacional e não uma marca industrial. Essas novas
cultivares, como pararam de produzirem ácido erúcico, têm altos níveis de ácido oleico, como
ácido linolênico e linoleico (CARLSSON et al., 2007). O cultivo de canola, cultivar Brassica napus L. var. oleífera, é encontrado na região
Sul do Brasil na época do inverno e primavera. A canola faz parte do sistema de rotação de
culturas na produção de grãos, otimizando terra, equipamentos, entre outros. Mesmo o Sul
dispondo de condições edafoclimáticas para a produção do grão, muitos produtores se
deparam com fatores fitossanitários que entravam a produção, como é o exemplo da canelapreta (Phoma lingam), relatada como uma das principais doenças no Brasil para esta cultura.
Além dessa, destaca-se a mancha de alternaria (Alternaria brassicae, Alternaria raphani e
Alternaria alternata), a podridão negra das crucíferas (Xanthomonas campestres pv.
Campestris) e o mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) ( MIGLIORINI, P. et al., 2012).
Nos últimos anos o mofo-branco ou podridão branca tem se disseminado bastante nas
lavouras devido às estruturas de resistência desenvolvida pelo fungo chamado de escleródios
(MIGLIORINI, P. et al, 2012) podendo permanece no solo por 6 anos. Um dos principais
problemas enfrentados no controle dessa doença é que este fungo infecta mais de 408 espécies
de plantas infestantes e culturas de folhas largas, podendo assim se multiplicar e espalhar por
toda a área. Mas poucos estudos têm sido realizados sobre a caracterização da situação real.