Dissertação
Vínculo mãe-bebê: os encontros possíveis em uma UTI neonatal
Registro en:
MEDEIROS, Julliana de Paula. Vínculo mãe-bebê: os encontros possíveis em uma
UTI neonatal. 2010. 121 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
Autor
Medeiros, Julliana de Paula
Institución
Resumen
This study has as the purpose of understanding the maternal role in the hospitalization of
preterm infants in a Neonatal Intensive Care Unit (NICU). The research was conducted at
Hospital das Clínicas, Universidade Federal do Triângulo Mineiro in the period between
March and June of 2009. Were interviewed five mothers, married, aged between 28 and 34
years. The approach used in this study is the psychoanalysis and is based on the transference
phenomenon. The research took place in a dialogical perspective and the intersubjectivity has
constituted a fundamental element of this psychoanalytic investigation. The NICU can be
thought of as a symbolic space to the reframing of the traumatic experience of premature
birth, the extent to which you can shift between motherly and fatherly functions of babies who
are hospitalized there. The construction of the maternal function depends on the relation
between this mother with her own childhood, how the baby was anticipated throughout
gestation and the ability to invest in her desire for her son and beyond him. The motherly care
is given from a series of assignments mother to her baby, by immersing the baby in a word
universe that fall into one family line and that recognizes him as a desiring being. This con
only occur if the mother is narcissistically able to reinvest in their real child, living the
elaboration of mourning of the imaginary son, creating a psychological space between mother
and baby, which will only happens if the mother has internalized the third. Among the factors
and micro factors that contribute to a good mother-infant attachment we can highlight the
acceptance of the neonatal health care team and the active participation in the care of the
baby. On the other hand, as barriers, we have the lack of contact at birth, the passivity of the
baby receiving the maternal care and the difficulty in maintaining the confinement period due
to shifts hospital-home-hospital. Yet, as a inner psychic point of view a limitation for the
binding, we need to deal with the possibility of losing the baby and the difficulty of
narcissistic maternal investment, which can become unbearable in a situation where the
premature baby presenting a visible bad formation. Mestre em Psicologia Aplicada Esse estudo teve como objetivo compreender como se constitui a função materna em situação
de internação de bebês pré-termo em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A
pesquisa foi realizada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
no período entre março e junho de 2009. Foram entrevistadas cinco mães, casadas, com
idades entre 28 e 34 anos. A abordagem utilizada nesse trabalho foi de orientação
psicanalítica e funda-se no fenômeno transferencial. A pesquisa ocorreu em uma perspectiva
dialógica e a intersubjetividade se constituiu um elemento fundamental dessa investigação
psicanalítica. A UTIN pode ser pensada como um espaço simbólico para a ressignificação da
vivência traumática do nascimento pré-termo na medida em que puder transitar entre as
funções materna e paterna dos bebês que ali estão internados. A construção da função materna
depende da relação dessa mãe com sua própria infância, da forma como o bebê foi antecipado
ao longo da gestação e da capacidade de investir seu desejo em seu filho e para além dele. A
maternagem se dá a partir de uma série de atribuições maternas ao seu bebê, pela imersão do
bebê em um universo de palavras, que o inscrevam em uma linhagem familiar e o reconheçam
como um ser desejante. Isso só pode ocorrer se a mãe conseguir investir narcisicamente em
seu filho real, vivendo a elaboração do luto do filho imaginário, criando um espaço psíquico
entre mãe e bebê, o que só é possível se essa mãe tiver inscrito em si o terceiro. Dentre os
fatores e microfatores que contribuem para uma boa vinculação mãe-bebê podemos destacar o
acolhimento da equipe de saúde neonatal e a participação ativa no cuidado do bebê. Como
obstáculos, a ausência de contato no nascimento, a passividade do bebê frente ao cuidado
materno e a dificuldade em manter o resguardo devido aos deslocamentos hospital-casahospital.
Ainda como limitante para a vinculação do ponto de vista intrapsíquico, temos a
necessidade de lidar com a possibilidade de perda do bebê e a dificuldade de investimento
narcísico materno, o que pode se tornar intolerável na situação em que o bebê pré-termo
apresente mal-formação visível.