Dissertação
Anatomia radicular em Orchidaceae epífitas: estratégias estruturais para maximizar a absorção de recursos
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Autor
Joca, Thais Arruda Costa
Institución
Resumen
The epiphytic environment provides limited content of nutrients to plants, marked by
constantly water fluctuations. However, the Orchidaceae are successful in this
ambience, showing structural and physiological strategies of the vegetative organs,
mainly to supply water deficiency. The aerial roots of these plants exhibit anatomic
special features, being constituted by a stele surrounded by the endodermis, followed by
multiple layers of cortical parenchyma bounded externally by the exodermis, and a
dermal tissue composed of multiple cell layers called velamen. This anatomical
apparatus reveals different strategies for maximizing water and nutrients uptake, with
greater investment in velamen area (facilitates water passage) or greater investment in
internal structures, such as cortex and vascular cylinder associated with the higher
number of passage cells from endodermis (promote effective management of these
resources into the plant). The velamen, regardless of being composed by dead cells,
retains its pectin matrix. The negative character of this matrix retains cations and
contributes to attract negative ions, which makes velamen a tissue with higher
nutritional intake when the environment supply is limited. The higher number of xylem
strands aligned with the passage cells of the endodermis can also increase the transport
efficiency, since it facilitates these ions entrance on vascular cylinder. The exodermis
and endodermis help on mechanical support in cases of desiccation, and constitute an
apoplastic barrier due to the high suberin and/or lignin impregnation, except for the
passage cells, where its induce the symplastic transport. In cortical parenchyma, the
high methyl-esterification of the pectins contributes to the porosity of the cell wall
(increasing the flow of nutrients among the cells) and its flexibility (increasing its
elasticity and water retention capacity). In this tissue, there were cells with phi, uniform
and reticulated thickenings, besides cells with high suberin lamellae. The lignin
reinforcement help to prevent the cortex collapse in low humidity conditions, while the
suberin impregnation generates a hydrophobic character of the cortex, which contributes
to the water flow toward the stele. Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Dissertação (Mestrado) O ambiente epifítico oferece nutrientes às plantas de forma limitada, sendo
marcado por flutuações hídricas constantes. Entretando, as Orchidaceae são bem
sucedidas nesse contexto, evidenciando estratégias estruturais e fisiológicas dos órgãos
vegetativos, principalmente para suprir a deficiência de água. As raízes aéreas nestas
plantas exibem características anatômicas especiais, sendo constituídas por um estelo
envolvido por endoderme, seguida de múltiplas camadas de parênquima cortical
delimitadas externamente pela exoderme, e sistema de revestimento composto por
múltiplas camadas celulares que formam o velame. Todo esse aparato anatômico revela
diferentes estratégias para a maximização da obtenção de água e nutrientes, podendo
haver investimento em maior área de velame, que facilta a passagem de água ou maior
investimento em estruturas internas, como córtex e cilindro vascular associados ao
maior número de células de passagem da endoderme, as quais podem promover uma
condução eficaz destes recursos para o interior da planta. O velame, embora composto
por células mortas, conserva sua matriz péctica. O caráter negativo desta matriz faz com
que cátions sejam retidos e contribuam para a atração de íons negativos, tornando o
velame um tecido com maior aporte nutritivo considerando a oferta do meio como
limitada. O maior número de cordões de xilema alinhados com as células de passagem
da endoderme também pode aumentar a eficiência de transporte, uma vez que facilita a
entrada destes íons ao cilindro vascular. A exoderme e a endoderme auxiliam no suporte
mecânico em casos de dessecação e constituem barreiras apoplásticas devido à alta
impregnação de suberina e/ou lignina, exceto nas células de passagem, onde induzem o
transporte simplástico. No parênquima cortical, as pectinas HGAs de alta metil
esterificação contribuem para a porosidade da parede celular (aumentando o fluxo de
nutrientes para as células) e sua flexibilidade (aumentando sua elasticidade e capacidade
de retenção de água). Neste tecido, foram ainda encontradas células com espessamento
em phi, uniforme e reticulados, além de células com alta impregnação de suberina nas
lamelas. O reforço de lignina nestas células pode também ajudar a evitar o colapso do
córtex em condições de baixa umidade, enquanto que a impregnação por suberina gera
um caráter hidrofóbico, que contribui para o fluxo de água em direção ao estelo.