Dissertação
Modulação autonômica cardíaca em pacientes com sequela de tuberculose pulmonar tratada
Cardiac autonomic modulation in patients with sequelae of treated pulmonary tuberculosis
Registro en:
Autor
Mendes, Natália Cristina Martins Nunes
Institución
Resumen
To evaluate heart rate variability (HRV) in supine and standing positions in men with
sequelae of treated pulmonary tuberculosis (ST) compared to a apparently hea lthy individuals
and to correlate lung function with HRV indexes in ST patients. The R-R intervals were
captured by a heart rate monitor for 10 minutes in supine and standing position. Subsequently,
spirometry was performed. Linear analysis and non-linear analysis HRV were used. For the
statistical analysis, we used the Mann-Whitney and t tests to compare the two groups in each
posture. Pearson's correlation coefficient and Spearman was used for the relationship between
HRV indexes and subgroups ST, absence of obstructive ventilatory disturbance (Without OVD)
and mild obstructive ventilatory disorder (Mild OVD). The ST showed postural adaptation in
relation to the Control group with greater complexity and less regularity of patterns using the
ICN index. The control group had an increase in mixed modulation, with a predominance of
LFabs, in both postures, supine and standing. Mild OVD had greater variance (signal
variability), greater HF abs and HFnu, and less LFnu in supine and greater HFabs, greater
2UV% and greater ICN in orthostatism. The Without OVD subgroup had a higher LFnu in
supine, which was not expected. Cardiac autonomic modulation is compromised in men with
ST, but there has been adjustment cardiac autonomic modulation to postural challenge. Mild
OVD, this postural adjust had a vagal cardiac predominance and a higher complexity. Even
with the absence of a ventilatory disorder in patients with ST, sympathetic cardiac modulation
was compromised. Dissertação (Mestrado) Introdução: A tuberculose pulmonar (TB) é uma doença considerada um problema de
saúde pública. Na sua forma aguda a TB leva a alterações na regulação autonômica
cardiovascular. Por outro lado, a sequela de TB curada compromete a função pulmonar, no
entanto, não se sabe se existe algum impacto na resposta autonômica cardíaca destes indivíduos.
Objetivo: Avaliar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) nas posições supino e
ortostatismo por métodos lineares e não lineares em homens com sequela de tuberculose
pulmonar tratada (ST) comparando com grupo de indivíduos aparentemente saudáveis (grupo
controle); correlacionar índices da função pulmonar com índices de VFC em pacientes com ST.
Métodos: O estudo foi composto por 20 homens no grupo ST e 16 no grupo controle. Os
intervalos R-R foram captados por um cardiofrequencímetro durante 10 minutos na posição
supina e 10 minutos em ortostatismo. Simultaneamente, a frequência respiratória foi registrada
minuto a minuto. Posteriormente, foi realizada a espirometria. A análise da VFC foi pela análise
linear (domínio da frequência) e pela análise não linear (análise simbólica e da complexidade
do sinal). Para a análise estatística foi usado o teste Mann-Whitney (distribuição não normal) e
teste t (distribuição normal) para comparar os dois grupos em cada postura . Para a relação da
VFC com os subgrupos ST, ausência de distúrbio ventilatório (Sem DVO) e distúrbio
ventilatório obstrutivo leve (DVO Leve) foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson
(paramétrica) e Spearman (não paramétrica). Resultados: a) Os pacientes com ST mostraram
adaptação da modulação autonômica à mudança postural em relação ao grupo saudáveis com
maior complexidade do sinal e menor regularidade dos padrões pelo índice ICN (índice de
complexidade normalizado). O grupo controle teve maiores valores da modulação mista, com
predomínio autonômico cardíaco simpático (BFabs), nas duas posturas, supino e ortostatismo.
Também, o grupo ST apresentou baixa escolaridade, menor peso corporal, maiores valores de
pressão arterial sistólica e diastólica e, maior frequência respiratória em repouso. b) A análise
do ST por subgrupos mostrou: o DVO leve apresentou maior variância (variabilidade do sinal),
maior modulação cardíaca parassimpática (AFabs e AFun), e menor modulação autonômica
cardíaca simpática (BFun) em supino e maior AFabs, maior modulação cardíaca vagal (2UV%)
e maior ICN em ortostatismo comparativamente ao subgrupo Sem DVO que apresentou maior
BFun em supino, o que não era esperado. Conclusão: A modulação autonômica cardíaca é
comprometida em homens com sequela de TB tratada, porém, houveram ajustes autonômicos
à mudança postural. Para o grupo ST com DVO Leve, esse ajuste foi de predomínio cardíaco
vagal e maior complexidade. E, mesmo com ausência de distúrbio ventilatório em pacientes
com sequela de TB tratada houve comprometimento na modulação cardíaca simpática.