Tese
Clínica e epidemiologia das infecções agudas por vírus respiratórios em crianças atendidas em um hospital público de Uberlândia MG
Registro en:
Autor
Silveira, Hélio Lopes da
Institución
Resumen
Acute respiratory infection (ARI) have an important disease burden for humans and
viruses are causes of 50-90% of these infections in children up to five years of age who
usually presents 6 to 9 infections per year. The objectives of this study was to describe
the clinical aspects and its clinical-etiological correlation, assessment of severity and
clinical progressives outcomes of viral ARI in children under five years of age; to assess
patient´s risk factors related to the frequency and severity of viral ARI, and outline
preventive measures and appropriate treatment for these infections. From 2000 to 2010,
nasopharyngeal aspirate (NPA) from children up to five years old with ARI was
collected within the 5th day of symptoms. Demographic data, signs and symptoms,
comorbidities, clinical evaluation, assessment of severity and discharge diagnosis were
obtained through a questionnaires and review of medical records. The specimens were
analyzed by indirect immunofluorescence assay for the detection of common respiratory
viruses and/orpolymerase chain reaction (RT)-PCR. During the study period 535
specimens of NPA were collected: 46.5% inpatients (mean age 6.6 months) and 53.5%
outpatients (mean age 17.8 months). Upper respiratory tract infection (URTI)
represented 28% of the cases whereas lower respiratory tract infection (LRTI) for 72%.
In 430 of the viral positive samples, single infection were 85.1% and 14.9% were
codetections cases. Rhinovirus (HRV) was detected in 37.9% of the samples (either in
single or codetections), followed by respiratory syncytial virus (RSV - 35.6%),
parainfluenza virus (PIV - 9.3%), influenza virus (FLU - 7.3%), adenovirus (AdV- 6.3
%) and human metapneumovirus (hMPV- 3.4%). In 64 codetections, HRV was present
62 times, half of it with RSV. For either outpatients or inpatients, HRV and RSV were
the most common respiratory virus identified. Young children showed to be the group
with more frequent ARI, more severe diseases and, therefore, are those that are more
frequently hospitalized. RSV and HRV in single infections and coinfections were the
most important agents identified. Moderate to severe disease has been linked to RSV,
HRV and coinfections in a similar frequency. Our data could reinforce the importance
of respiratory viruses in children causing serious nosocomial infection or aggravating
coexisting disease. Identify groups of patients at high risk for severe disease may allow
the implementation of preventive measures and the adoption of appropriate care
assistance, reduzing the burden of viral ARI in children. Caregivers of inpatients should
be alerted to the unnecessary use of antibiotics in many situations. Doutor em Imunologia e Parasitologia Aplicadas A infecção respiratória aguda (IRA) representa importante carga de doença para o ser
humano e os vírus são os causadores de 50 a 90% destas infecções em crianças menores
de cinco anos de idade, que apresentam seis a nove destas infecções por ano.
Assim, objetivou-se descrever os aspectos clínicos, fazer correlação clínico-etiológica,
avaliar a gravidade e evolução clínica das infecções respiratórias agudas (IRA) por vírus
em crianças menores de cinco anos de idade; avaliar fatores de risco intrínsecos ao
hospedeiro quanto à frequência e gravidade das IRAs virais e delinear medidas
preventivas e de tratamento adequadas para estas infecções.
No período de 2000 a 2010, aspirados de nasofaringe (ANF) de crianças menores de
cinco anos de idade com quadro clínico de IRA foram coletados até o quinto dia de
sintomas. Dados demográficos, sinais e sintomas, presença de comorbidades, evolução
clínica, avaliação de gravidade e diagnóstico de alta foram obtidos através de uma ficha
clínica e revisão dos prontuários médicos. Os espécimes foram analisados por ensaio de
imunofluorescência indireta (IFI) para detecção dos vírus respiratórios comuns e/ou
reação em cadeia da polimerase (RT)-PCR. Durante o período do estudo, 535 espécimes
de ANF foram coletadas sendo 46,5% de doentes internados (idade média de 6,6 meses)
e 53,5% de doentes não internados (idade média de 17,8 meses). Infecção do trato
respiratório superior (ITRS) respondeu por 28% dos casos enquanto infecção do trato
respiratório inferior (ITRI) por 72%. De 430 amostras positivas para vírus, em 85,1%
delas foi detectado um único vírus e 14,9% foram casos de coinfecção. Rinovírus
(HRV) foi identificado em 37,9% das amostras (em infecção simples e codetecção),
seguido pelo vírus respiratório sincicial (VRS - 35,6%), parainfluenza vírus (PIV -
9,3%), vírus da influenza (FLU - 7,3%), adenovírus (AdV- 6,3%) e metapneumovírus
humano (hMPV- 3,4%). Em 64 codetecções, o HRV esteve presente 62 vezes, sendo
metade com o VRS.
HRV e o VRS foram osvírus respiratórios identificados com maior frequencia tanto em
pacientes não internados quanto nos internados. As crianças de menor idade mostraram
ser o grupo com maior frequência de infecção respiratória aguda (IRA) e com doenças
mais graves e, portanto, são aqueles que foram mais hospitalizados.VRS e HRV em
infecções simples e coinfecções foram os mais importantes agentes identificados.
Doença moderada a grave tem sido associada ao VRS, HRV e coinfecções em
frequência semelhante. Estes resultados reforçam a importância dos vírus respiratórios
em crianças, associados a infecção nosocomial grave ou agravando doença coexistente.
Identificar grupos de pacientes com alto risco de doença grave pode permitir a
implementação de medidas preventivas e a adoção de cuidados adequados de
assistência, reduzindo o ônus das IRAs virais em crianças. Cuidadores de pacientes
devem ser alertados para o uso desnecessário de antibióticos em muitas situações em
que os vírus são os agentes da infecção.