Trabalho de Conclusão de Curso
O princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública
The insignificance principle in crimes against Public Administration
Registro en:
CAIXETA, Fernanda de Oliveira. O princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública. 2019. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020.
Autor
Caixeta, Fernanda de Oliveira
Institución
Resumen
The current study presents as its main intent to analyze, within the criminal dogmatic
system and through the doctrinal and jurisprudential procedure, the basic parameters
that constitute the insignificance principle in the Brazilian legal system. Through this
scope, it is adopted as the ultimate purpose to comprehend the structure of this
principle’s application in Brazil, understanding its bases, its controversial aspects and
its historical outline, in order to, finally, formulate a critical thinking regarding its
adoption in the context of crimes against the Public Administration. Therefore, for the
purpose of the present work’s construction, it was used the descriptive and deductive
methodologies, combining the documental and systematic jurisprudential analysis of
the insignificance principle with the conception of a scope about its structure. To this
end, the work is organized into linear topics. First, the insignificance principle in its
origin was presented, linked to the historical contextualization that fomented it. Then,
its aspects were observed in crime theory. Afterward, it was traced an outlook about
its applicability in Brazil, both for doctrine and jurisprudence. Finally, it comes to the
analysis of reception of the insignificance concerning the crimes against the Public
Administration, which exposes a qualitative and jurisprudential study, followed by
observations and reviews to what was evaluated. What is shown from all this is that,
despite its incidence not being recent, since it has been quoted and used by the
national courts even before the 21st century, the insignificance principle isn’t
constituted yet neither as a principle endowed with legal positivation in the criminal
area nor as an withdrawal instrument of the typicality of conducts – those considered
as minimal, for their minor or irrelevant detrimental effect on the legal interest – that is
based on a consistent and common understanding by the courts. What is left with, in
reality, is the utterance of antagonistic decisions in their conception for similar cases,
which tend to move away from the key idea of insignificance and which generate
legal insecurity. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) O presente trabalho tem como objetivo principal analisar, dentro do sistema
da dogmática penal e por meio da atuação doutrinária e jurisprudencial, os
parâmetros basilares que constituem o princípio da insignificância no ordenamento
jurídico brasileiro. Por meio desse escopo, adota-se como fim último compreender a
estrutura de aplicação deste princípio no Brasil, percebendo suas bases, seus
aspectos controversos e seu delinear histórico, para que, por fim, possa-se elaborar
um posicionamento crítico no que tange à sua adoção no âmbito dos crimes contra a
Administração Pública. Assim, para a construção do presente trabalho, foram
utilizadas as metodologias descritiva e dedutiva, aliando a análise documental e
jurisprudencial sistemática do princípio da insignificância à concepção de um escopo
sobre sua estrutura. Para tanto, organiza-se o trabalho em tópicos lineares. Primeiro,
apresenta-se o princípio da insignificância na sua origem, atrelado à
contextualização histórica que o fomentou. Em seguida, observam-se os seus
aspectos na teoria do delito. Após, traça-se um panorama acerca de sua
aplicabilidade no Brasil, tanto para a doutrina quanto para a jurisprudência.
Finalmente, chega-se à análise de acolhimento da insignificância em relação aos
crimes contra a Administração Pública, em que se expõe um estudo qualitativojurisprudencial, seguido de observações e críticas ao que se foi avaliado. O que se
demonstra com tudo isso é que, apesar de sua incidência não ser recente, tendo
sido citado e utilizado pelos tribunais pátrios antes mesmo do século XXI, o princípio
da insignificância ainda não se constitui nem como princípio dotado de positivação
legal na seara penal nem como um instrumento de afastamento da tipicidade das
condutas – aquelas tidas como ínfimas, por sua mínima ou irrelevante afetação
lesiva ao bem jurídico – que seja pautado em um entendimento coerente e comum
pelos tribunais. O que se tem, na prática, é o proferimento de decisões antagônicas
em sua concepção para casos semelhantes, que tendem a se afastar da ideia chave
da insignificância e que geram insegurança jurídica.