Trabalho de Conclusão de Curso
Relato oitocentista: a construção de memórias sobre os sertanejos na literatura de James Wells
Registro en:
SILVA, Aete Fagundes Soares da. Relato oitocentista: a construção de memórias sobre os sertanejos na literatura de James Wells. 2010. 67 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação de História) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
Autor
Silva, Aete Fagundes Soares da
Institución
Resumen
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Este trabalho consiste em uma possibilidade de análise de uma fonte literária, especificamente a literatura de viagem de W. James Wells, intitulada “Explorando e viajando três mil milhas através do Brasil”, com foco na forma como os sertanejos, habitantes do atual Norte de Minas e Sul da Bahia são representados nesta literatura. É importante ressaltar que o rio São Francisco exerce, na minha definição do espaço de pesquisa, um papel muito importante, pois os sertanejos que busco (re)descobrir não são apenas os ribeirinhos, mas todos aqueles que habitavam os espaços à direita e à esquerda das margens desse rio, desde Buritizeiro e Pirapora, até Bom Jesus da Lapa. Ao ler esta obra, detectei a construção de estereótipos para os sujeitos sertanejos, isto me levou a buscar compreender o porquê de se construir uma memória estereotipada para tais sujeitos no final do século XIX. Após uma série de leituras, consegui perceber que a construção dos estereótipos para a população brasileira no final do século XIX tinha por objetivo criar elementos que conseguissem sustentar ou legitimar os projetos de construção das nacionalidades “modernas” colocados no período. Imbuída da função de (re)descobrir os sujeitos sertanejos como agentes ativos, que portavam maneiras de viver que eram diferentes e, portanto, complexas e não inferiores, como mostra a memória sobre eles construídas, da qual Wells também participou, procurei analisar os modos de vida dos sertanejos adotando a perspectiva de que eles portavam significações que eram compreensíveis para os sujeitos que partilhavam daquela cultura, sendo que isso é o que mais importa para mim neste momento, e não a concepção de um “estranho” como Wells que, apesar de ser importante e cumprir um papel fundamental para a pesquisa histórica, não é uma concepção da qual compartilho.