Dissertação
Comparação das vias de administração oral e subcutânea de prednisolona em ratos (Rattus novergicus linhagem Wistar) infectados por Strongyloides venezuelensis para modelo de imunossupressão na estrongiloidíase murina
Comparison of oral and subcutaneous administration routes of prednisolone in rats (Rattus novergicus Wistar lineage) infected by Strongyloides venezuelensis for immunosuppression model in murine strongyloidiasis
Registro en:
Autor
Couto, Bruna Patricia do
Institución
Resumen
A study model used for human strongyloidiasis is the Strongyloides venezuelensis
nematode, which infects wild rodents and shares common antigenic epitopes with
Strongyloides stercoralis. This study aimed to compare oral and subcutaneous
administration of prednisolone in the induction of immunosuppression in rats (Rattus
novergicus) infected with S. venezuelensis. The rats were divided into six groups
(n=36): G I: untreated and uninfected; G II: untreated and infected; G III: oral treatment
and uninfected; G IV: oral treatment and infected; G V: subcutaneous treatment and
uninfected; G VI: subcutaneous treatment and infected. For oral treatments, 5 mg/mL
of sterilized water-diluted prednisolone (available oral formulation: prednisolone
sodium phosphate) was made available to the animals three times for five consecutive
days (-5 to 0, 8 to 13 and 21 to 26). For subcutaneous treatments, 10 mg/mL/kg of
prednisolone (available subcutaneous formulation: methylprednisolone acetate) were
given daily per 30 days. The infection was established by the subcutaneous injection
of 3.000 filarioid larvae per animal. The groups were evaluated by physical,
hematological, parasitological and immunological parameters The animals were
weighed on days -5 (G I, G II, G III and G IV), 0, 8, 13, 21 and 30 (all groups). A survival
curve of the animals was made throughout the treatment. Blood samples were
collected on days 0, 8, 13, 21 and 30 to perform global and differential leukocyte count
and serum samples were obtained for detection of anti-Strongyloides IgG, IgG1 and
IgG2a antibodies. On days 5, 7, 8, 13, 21, 26 and 30 eggs were collected from infected
animals for parasite quantification. On day 30, parasitic females were recovered from
the groups of infected animals The results of the physical parameters showed that the
animals treatments via subcutaneous did not showed weight gain, unlike those treated
via oral. Out of the total of 6 animals from each group, only five animals from the control
group G I and oral G III survived, three from the subcutaneous group G V and two from
the G VI group. Hematologic analysis showed decrease of leukocytes and
lymphocytes, and increase of neutrophils in animals treated via subcutaneous. Animals
treated orally showed on days 13, 21 and 30 decrease in leukocyte count, but
lymphocytes and neutrophils remained unchanged. There were no changes in
eosinophils, monocytes and basophils in the control groups or in the treated groups.
By the parasitological analysis, it was observed that the higher egg elimination was
observed in the animals of the group treated orally, having their peaks on days 7, 13,
26 and 30 in relation to the control. There were more females recovered from the
animals of the group treated orally. Immunological analysis showed that there was not
production of IgG, IgG1 and IgG2a in immunosuppressed animals by subcutaneous
route. It can be concluded that treatment with prednisolone administered by route oral
and subcutaneous was able to produce suppressive effects in animals infected or not
with S. venezuelensis. Immunosuppression by the oral route acts directly on the
parasite causing greater elimination of eggs and increase in the number of parasitic
females. Immunosuppression by the subcutaneous route modulates the immune
system of the host, and can be observed by global and differential leukocyte count and
decreased humoral response. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais Dissertação (Mestrado) Um modelo de estudo utilizado para a estrongiloidíase humana é o nematoide
Strongyloides venezuelensis, que infecta roedores silvestres compartilha epítopos
antigênicos comuns com Strongyloides stercoralis. O objetivo deste estudo foi
comparar a administração oral e subcutânea de prednisolona na indução de
imunossupressão em ratos (Rattus novergicus) infectados por S. venezuelensis. Os
ratos foram divididos em seis grupos (n = 36): G I: não tratado e não infectado; G II:
não tratado e infectado; G III: tratado via oral e não infectado; G IV: tratado via oral e
infectado; G V: tratado via subcutânea e não infectado; G VI: tratado via subcutânea
e infectado. Para o tratamento via oral, 5 mg / mL de prednisolona (formulação oral
disponível: fosfato sódico de prednisolona) diluída em água esterilizada foi
disponibilizada para os animais três vezes por cinco dias consecutivos (-5 a 0, 8 a 13
e 21 a 26). Para o tratamento via subcutânea, 10 mg/mL/kg de prednisolona
(formulação subcutânea disponível: acetato de metilprednisolona) foram
administrados diariamente por 30 dias. A infecção foi estabelecida pela injeção
subcutânea de 3.000 larvas filarioides por animal. Os grupos foram avaliados por
parâmetros físicos, hematológicos, parasitológicos e imunológicos. Os animais foram
pesados nos dias -5 (G I, G II, G III e G IV), 0, 8, 13, 21 e 30 (todos os grupos). Uma
curva de sobrevivência dos animais foi feita ao longo do tratamento. Amostras de
sangue foram coletadas nos dias 0, 8, 13, 21 e 30 para realizar a contagem global e
diferencial de leucócitos, e foram obtidas amostras de soro para a detecção de
anticorpos IgG, IgG1 e IgG2a anti-Strongyloides. Nos dias 5, 7, 8, 13, 21, 26 e 30
foram coletados ovos dos animais infectados para a quantificação parasitária. No dia
30 foram recuperadas fêmeas parasitas dos grupos de animais infectados. Os
resultados dos parâmetros físicos mostraram que os animais tratados via subcutânea
não mostraram ganho de peso, ao contrário dos tratados via oral. Do total de 6 animais
de cada grupo, sobreviveram somente cinco animais do grupo controle G I e oral G
III, três do grupo subcutâneo G V e dois do G VI. A análise hematológica mostrou
diminuição de leucócitos e linfócitos, e aumento de neutrófilos nos animais tratados
via subcutânea. Animais tratados via oral mostraram nos dias 13, 21 e 30 diminuição
na contagem de leucócitos, mas linfócitos e neutrófilos permaneceram inalterados.
Não houve alteração de eosinófilos, monócitos e basófilos nos grupos controles e nem
nos grupos tratados. Pela análise parasitológica, observou-se que a maior eliminação
de ovos ocorreu nos animais do grupo tratado via oral, tendo seus picos nos dias 7,
13, 26 e 30 em relação ao controle. Houve mais fêmeas recuperadas dos animais do
grupo tratado via oral. A análise imunológica mostrou que não houve produção de IgG,
IgG1 e IgG2a nos animais do grupo imunossuprimidos via subcutânea. Pode-se
concluir que o tratamento com prednisolona administrada via oral e via subcutânea foi
capaz de produzir efeitos supressores em animais infectados ou não com S.
venezuelensis. A imunossupressão pela via oral atua diretamente no parasito
provocando maior eliminação de ovos e aumento no número de fêmeas parasitas. A
imunossupressão pela via subcutânea modula o sistema imune do hospedeiro,
podendo ser observada por meio da contagem global e diferencial de leucócitos e pela
resposta humoral diminuída.