Dissertação
Hermenêutica Filosófica Gadameriana: sob as críticas do subjetivismo e da validade do sentido verbal
Gadamer's hermeneutics
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Autor
Pizarro, Djalma
Institución
Resumen
Since Descartes, the search for a rational, unquestionable, and stable method has been regarded as an iter for the safe knowledge. The struggle against scholasticism and traditional philosophy, moved by Descartes’ methodologizing discourse within its search for the truth by means of a rational procedure, has carried out an over scientificized method, and has rationalized philosophy. The old subject-object dichotomy has reinvigorated itself as natural science, now including the apprehension of object by subject in a safe and mathematical way, testing all scientific and philosophic validities through the Cartesian method of doubt. Hans Georg Gadamer (1900-2002) challenges such discourse of modernity – which believes in the safety of method – by criticizing scientific iluminism and reevaluating the importance of tradition – that was indeed shadowed by rational ideals of iluminism. Gadamer recreates the previous concept – or pre-concept –, thus, the idea of “preconception” (prejudice) – so repressed within the discourse of modernity – attains vital importance through Gadamer’s reinvigorating thought for the fabrication of his philosophical model of hermeneutics. Comprehension is hermeneutic in all instances. According to Gadamer, hermeneutics is more than simple text interpretation. In fact, it achieves scopes of interpretation of general comprehension, as well as the own human existence one, which is characterized in terms of a “hermeneutic circle”. Gadamer carried on Heidegger’s hermeneutics thought, which has demonstrated that interpretation of the world is not possible without a pre-comprehension (against Descartes). However, the key of the present work, besides holding the purpose to recreate the pathway of hermeneutics under the reinvigorating lights of Gadamer in the sense of a philosophical hermeneutics that surpasses the simple textual interpretation, also seeks to demonstrate and evaluate the criticism of a subjectivism that punctuate Gadamer’s hermeneutics (BETTI, 1955), and one that is due to the validity of the verbal sense, which, according to Hirsch, would be absent of Gadamer’s proposition. This research intends to analyze Gadamer’s hermeneutics, tested under the criticism of Betti and Hirsch, therefore taking a stand for debate in order to evaluate the tough criticism of said authors considering also replication by Gadamer against his critics, eventually assessing the pretentious “subjectivity” of Gadamerian’s Hermeneutics. Dissertação (Mestrado) Desde Descartes, a procura pelo método racional, indubitável e estável foi considerado um iter para o conhecimento seguro. O combate à escolástica e à filosofia tradicional, movido pelo discurso metodologizante de Descartes, em sua busca à verdade por vias de um procedimento racional, cientificou o método e racionalizou a filosofia. A velha dicotomia sujeito-objeto ganhou ares de ciência natural, agora, com a apreensão do objeto pelo sujeito de modo seguro e matemático, testando-se todas as validades científicas e filosóficas pelo método da dúvida cartesiana. Hans Georg Gadamer (1900-2002) contesta esse discurso da modernidade, que acredita na segurança do método, criticando o iluminismo científico e reavaliando a importância da tradição, esta que foi tão obscurecida pelos ideais racionais do iluminismo. Gadamer reelabora o conceito prévio, ou pré-conceito, assim a ideia de “preconceito” tão reprimida pelo discurso da modernidade ganha, pelo pensamento revigorante de Gadamer, uma importância vital para a construção de seu modelo filosófico da hermenêutica. O entendimento é invariavelmente hermenêutico. Para Gadamer, a hermenêutica é mais que simples interpretação de textos, ganha foros de interpretação do entendimento em geral e da própria existência humana, caracterizada nos termos de um “círculo hermenêutico”. Gadamer continuou o pensamento hermenêutico de Heidegger, que demonstrou que a interpretação do mundo não é possível sem um pré-entendimento (contra Descartes). A tônica desse trabalho, contudo, além de tentar refazer a caminhada da hermenêutica, sob as luzes revigorantes de Gadamer, no sentido de uma hermenêutica filosófica, que supere a simples interpretação textual, também procurará demonstrar e avaliar as críticas de um subjetivismo que pontuasse a hermenêutica de Gadamer (BETTI, 1955), e aquela decorrente da validade do sentido verbal, que, segundo Hirsch, estaria ausente na proposta de Gadamer. Este trabalho intentará analisar a hermenêutica de Gadamer, testada sob as críticas de Betti e de Hirsch, e, obviamente, tomará uma posição de debate, avaliando a firmeza das críticas dos autores citados, considerando-se também as réplicas de Gadamer contra seus críticos, avaliando, por fim, a pretensa “subjetividade” da hermenêutica Gadameriana.