Tese
Avaliação do hemograma, da velocidade de hemossedimentação (VHS) e da proteína C reativa (PCR) como preditores diagnósticos da síndrome febril de caráter infeccioso
Registro en:
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula. Avaliação do hemograma, da velocidade de hemossedimentação (VHS) e da proteína c reativa (PCR) como preditores diagnósticos da síndrome febril de caráter infeccioso. Anderson Raiol Rodrigues: 2022. 169 f. Tese (Doutorado em Doenças Tropicais) – Universidade Federal do Pará, Núcleo de Medicina Tropical, Belém, 2022. Disponível em: . Acesso em:.
Autor
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula
Institución
Resumen
Fever is the oldest and most frequent sign/symptom in the entire field of medicine. It is
present in all ages and comprises all medical specialties. Currently, are known more than
200 causes of fever, being the etiology infectious the most common. The fever can be short term – more related to viral etiology -, and long-term, more frequently caused by bacteria,
protozoa and, fungi. When excessively prolonged, it is more linked to structural factors,
such as autoimmune diseases and neoplasms. The extension of etiology poses fever as a
challenge most of the time. The hemogram, in turn, is the most requested exam in the
medical routine due to its wide utility, since it can provide more than 20 parameters for
analysis, enabling to perform a broad clinical evaluation and monitor the evolution of cases.
Hemogram is very useful in the assessment of fever syndrome, as it shows a reactional state
in response to infectious diseases, mainly if added to the evaluation of inflammatory tests,
including the erythrocyte sedimentation rate (ESR) and C-reactive protein (CRP). This
study aimed to evaluate the application of the hemogram, ESR and CRP combined with
clinical-epidemiological factors and time of illness as diagnostic predictors of infectious
fever syndrome. We evaluated 319 patients with fever syndrome of infectious origin, being
77 of bacterial causes, 113 of viral causes, and 129 parasitic etiology, aged between 18 and
60 years old, who were attended at the Unified Medical Care Sector of Evandro Chagas
Institute, between the period from 02/2018 to 01/2020. Another 213 healthy individuals
were included in the study as control group. For data analysis, we used Microsoft Office
Excel (2007), Biostat 5.0 (2007), SPSS Statistics 17.0 (2010), GraphPad Prism 9.0.0
Release Notes (2020), and Rv 3.5.2 (2018) software. We applied the Odds ratio (OR) to
assess chances; Kruskal-Wallis for variance; Youden index for the cutoff points between
variables, and ROC curve (AUROC) for accuracy. The p-value < 0.05 was considered
statistically significant. The results revealed that the bacterial diseases have as
characteristics in hemogram the increase in the number of neutrophils, which reflects in the
numerical increase of leukocytes; In contrast, the viral diseases are characterized by the
numerical reduction of lymphocytes, mainly of neutrophils, with reflection on the total
number of leukocytes defined as leukopenia; the parasitic diseases assumed an intermediate
profile between bacterial and viral, marked by the numerical normality of white blood cells,
thus resembling the control group. However, the mean of lymphocytes was higher than in
the other diseases, including the control group. In general, in bacterial diseases, there is an
increase in ERS, and especially in CRP, which are also increased in parasitic diseases; but
in viral diseases, these tests tend to be numerically normal, being similar to the control
group in this aspect. Therefore, the inflammatory tests are increased in bacterial and
parasitic diseases, but mainly in the first-mentioned, and are normal in viral diseases.
Diseases such as malaria, visceral leishmaniasis, typhoid fever, HIV, and Epstein-Barr virus
infections can be identified by findings peculiar to them observed in hemogram. We
concluded that the numerical values of the hemogram, as well as the levels of ESR and
CRP, combined with clinical and epidemiological factors and to the time of illness can
predict groups of diseases and even predict specific diseases causative of infectious fever
syndrome. A febre é o sinal/sintoma mais antigo e mais frequente em todo o âmbito da medicina. Está
presente em todas as idades e abrange todas as especialidades médicas. São conhecidas mais de
200 causas de febre, sendo a etiologia infecciosa a mais presente. Ela pode se apresentar com
curta duração – mais afeita à etiologia viral –, e com longa duração, mais frequentemente
causada por bactérias, protozoários e fungos. Quando excessivamente prolongada está mais
ligada a fatores estruturais, como as doenças autoimunes e as neoplasias. A extensão etiológica
coloca a febre como um desafio na maioria das vezes. O hemograma, por sua vez, é o exame
mais solicitado no dia a dia médico em virtude de sua abrangente utilidade, uma vez que, devido
fornecer mais de 20 parâmetros para análises, possibilita fazer ampla avaliação clínica e
acompanhar a evolução dos casos. Tem grande utilidade na avaliação da síndrome febril por
mostrar estado reacional em resposta às doenças infecciosas, principalmente se agregado à
avaliação de provas inflamatórias como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína
C reativa (PCR). Este trabalho teve como objetivo avaliar a aplicação do hemograma, da VHS e
da PCR aliados a fatores clinico-epidemiológicos e ao tempo de adoecimento como preditores
diagnósticos da síndrome febril de caráter infeccioso. Foram avaliados 319 pacientes com
síndrome febril de origem infecciosa, sendo 77 de causa bacteriana, 113 de causa viral, e 129 de
etiologia parasitária, com faixa etária entre 18 e 60 anos de idade, no período de 02/2018 a
01/2020, captados no Setor de Atendimento Médico Unificado (SOAMU) do Instituto Evandro
Chagas (IEC). Outros 213 indivíduos saudáveis foram incluídos no estudo como grupo controle.
Para análise dos dados foram utilizados os softwares Microsoft Office Excel (2007), Bioestat
5.0 (2007), SPSS Statistcs 17.0 (2010), GraphPad Prism 9.0.0 Release Notes (2020) e Rv 3.5.2
(2018), empregando-se testes como Odds ratio para avaliar chances; Kruskal-Wallis para
variância; Índice de Youden para ponto de corte entre variáveis; curva ROC (AUROC) para
acurácia. Admitiu-se nível de significância para valores de p < 0,05. Os resultados revelaram
que as doenças bacterianas têm como característica no hemograma a elevação do número de
neutrófilos, que reflete no aumento numérico dos leucócitos; que as doenças virais, ao contrário
das bacterianas, caracterizaram-se pela redução numérica dos linfócitos e principalmente dos
neutrófilos, com reflexo sobre o número total de leucócitos definida como leucopenia; as
doenças parasitárias assumiram um perfil intermediário entre as bacterianas e virais, marcado
pela normalidade numérica dos glóbulos brancos, assemelhando-se, por isso, ao grupo controle.
Mas a média dos linfócitos foi maior do que todas as outras doenças, inclusive do grupo
controle. Nas doenças bacterianas, de modo geral, há aumento da VHS e principalmente da
PCR, que também se encontram aumentados nas doenças parasitárias; porém, nas doenças virais
essas provas tendem à normalidade numérica, assemelhando-se ao grupo controle neste aspecto.
As provas inflamatórias, portanto, estão aumentadas nas doenças bacterianas e nas doenças
parasitárias, mas principalmente nas primeiras, e se encontram normais nas doenças virais.
Doenças como malária, leishmaniose visceral, febre tifoide e infecções pelo HIV e pelo Epstein Barr vírus podem ser identificadas por achados peculiares a elas vistos no hemograma.
Concluiu-se que valores numéricos do hemograma, bem como níveis da VHS e da PCR
agregados a fatores clínico-epidemiológicos e ao tempo de adoecimento podem predizer grupos
de doenças e predizer até mesmo doenças específicas causadoras de síndrome febril de caráter
infeccioso.
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