info:eu-repo/semantics/article
Schopenhauer and the Two Orders of Purposiveness in the World
Schopenhauer e as duas ordens de finalidade no mundo
Registro en:
10.5902/2179378667452
Autor
Mattioli, William
Institución
Resumen
In this paper, I intend to argue that the emergence of the material conditions for the suppression and denial of the will in the human organism (the extraordinary and to some extent “unnatural” development of the brain) is not something like an “accident on the way” of will's manifestation in the world. It is rather, as it were, an intentional result of the whole process of objectivation of the will, a result that emerges from a teleological order. This teleological order is primary and more fundamental than the teleological order of nature that produces each phenomenon and each organic structure according to its ability to promote the emergence, conservation and expansion of life. This means that we have to understand the problematic principle of nature's purposiveness in Schopenhauer's thought as containing two distinct and largely contradictory orders of purpose. We can call these two orders of purposiveness “order of nature” and “order of salvation” (in analogy to Schopenhauer’s “kingdom of nature” and “kingdom of grace”). These two orders of purpose correspond to what I understand to be two forms of teleology that coexist in constant tension in his system: a functional and an ethical-soteriological teleology. Neste artigo, pretendo argumentar que o surgimento das condições materiais para a supressão e a negação da vontade no organismo humano (o desenvolvimento extraordinário e em certa medida “antinatural” do cérebro) não é algo como um “acidente de percurso” no processo de manifestação da vontade no mundo. Trata-se, antes, de um resultado intencional de todo o processo de objetivação da vontade, um resultado que emerge de uma ordenação teleológica. Essa ordem teleológica é primária e mais fundamental do que a ordem teleológica da natureza que produz cada fenômeno e cada estrutura orgânica em função de sua capacidade de promover o surgimento, a conservação e a expansão da vida. Isso faz com que tenhamos de encarar o problemático princípio de finalidade da natureza no pensamento de Schopenhauer como contendo duas ordens distintas e em grande medida contraditórias. Podemos denominar essas duas ordens de finalidade “ordem da natureza” e “ordem da salvação” (em analogia com o “reino da natureza” e o “reino da graça” de Schopenhauer). Essas duas ordens de finalidade no mundo correspondem àquilo que entendo serem duas formas de teleologia que convivem em constante tensão em seu sistema: uma teleologia funcional e uma teleologia ético-soteriológica.